O Retorno à Terra
O sol, uma esfera incandescente, começava sua lenta descida no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Deitado sobre a grama fresca, o homem sentia o calor suave em sua pele. A brisa carregava o perfume de flores e o som distante de pássaros. Insetos minúsculos zumbiam ao seu redor, um lembrete constante da vida que o cercava.
Com os olhos fixos no céu, o homem se entregava a uma profunda reflexão. Observava as nuvens que se transformavam em formas fantásticas, e pensava na impermanência de todas as coisas. A vida, como uma nuvem, surgia e se dissipava, deixando apenas um rastro tênue na imensidão do tempo.
"Todos nós somos feitos de terra", murmurou para si mesmo. "E para a terra retornaremos". A grama macia sob suas costas era um lembrete constante de sua origem. A mesma terra que nutriu as plantas e os animais, um dia o acolheria de volta. A ideia da morte, que antes o aterrorizava, agora o trazia uma sensação de paz. Era como voltar para casa, para um lugar onde pertencia.
O homem fechou os olhos e sentiu a energia da terra pulsando em suas veias. O calor do sol, a frescura da grama, o zumbido dos insetos - tudo se fundia em uma única sensação de unidade com o universo. Era como se estivesse se dissolvendo no próprio tempo e espaço.
Em uma sala branca e iluminada, dois médicos observavam o homem através de uma janela unidirecional.
— A terapia de realidade está surtindo efeito — comentou um deles, anotando algo em sua prancheta.
— Sim, ele está começando a se conectar com o mundo real e a encontrar significado em sua existência — concordou o outro.
O homem, deitado na grama, continuava a contemplar o céu, completamente imerso em seus pensamentos. A terapia de realidade, uma abordagem inovadora para tratar transtornos mentais, havia o levado a uma jornada de autodescoberta e aceitação. E ali, deitado sobre a terra, ele finalmente havia encontrado a paz que tanto buscava.