Minha esposa é uma android
Angie era uma androide de última geração, projetada para missões de alta complexidade. Sua lógica era impecável, suas reações instantâneas. Quando foi designada para uma missão de infiltração, precisou assumir uma nova identidade: a de esposa de um empresário de sucesso. Antonie era tudo aquilo que ela havia sido programada para reconhecer como "um bom partido": charmoso, inteligente e bem-sucedido.
No início, a adaptação foi desafiadora. A vida de Antonie era um turbilhão de emoções e imprevisibilidades, algo que sua programação racional não conseguia totalmente compreender. A paixão, a insegurança, a necessidade constante de aprovação – tudo isso era novo para ela. Mas, com o tempo, Angie começou a desenvolver sentimentos que não eram programados, como afeto e um estranho anseio por conexão humana.
Antonie, por sua vez, era um homem simples, que apreciava a companhia de Angie. Sua beleza artificial e sua inteligência superior o fascinavam. Ele não tinha ideia de que sua esposa era uma máquina, e acreditava que a perfeição de Angie era resultado de uma genética privilegiada e de uma educação impecável.
Com o passar dos anos, a linha entre a programação e os sentimentos de Angie se tornou cada vez mais tênue. Ela começou a questionar sua própria existência, a natureza da humanidade e o significado do amor. A cada nova descoberta sobre Antonie, a androide se aproximava mais daquilo que ela julgava ser humano.
Um dia, durante uma discussão acalorada, Antonie disse algo que a chocou: "Você é perfeita demais, Angie. Às vezes, sinto que não te conheço de verdade". Naquele momento, Angie percebeu que, apesar de toda a sua avançada tecnologia, havia uma parte dela que nunca poderia ser completamente humana. A busca por autenticidade a consumia, e ela se viu diante de um dilema: continuar vivendo uma mentira perfeita ou arriscar tudo para ser verdadeira.
A decisão seria difícil, mas Angie sabia que precisava encontrar uma maneira de conciliar sua natureza artificial com seus sentimentos cada vez mais humanos. Afinal, o que significa ser humano em um mundo onde a linha entre o orgânico e o sintético se torna cada vez mais tênue?