Replicante |

Em um futuro não muito distante, a tecnologia de impressão orgânica 3D havia atingido um nível avançado, permitindo que pessoas famosas e importantes da história fossem replicadas com perfeição em matéria orgânica.

No início, a ideia foi recebida com grande entusiasmo. As possibilidades eram infinitas: pessoas doentes poderiam ser replicadas para receberem órgãos ou tecidos compatíveis sem precisar de doadores; museus poderiam imprimir estátuas de grandes artistas para exibição ao público em escala real; e até mesmo celebridades poderiam replicar seus corpos para manter a forma e a juventude para sempre.

A primeira pessoa a ser replicada foi Leonardo da Vinci. A réplica foi exibida em um museu italiano e se tornou um sucesso instantâneo, levando a réplica de outros grandes nomes como Albert Einstein, Nelson Mandela, Steve Jobs, entre outros.

No entanto, nem todos estavam felizes com essa nova tecnologia. Aqueles que se opunham a ela argumentavam que as réplicas orgânicas eram uma forma de clonagem humana, algo que havia sido banido em todo o mundo. Outros questionavam a ética de criar réplicas de pessoas falecidas, alegando que isso era uma forma de negar a mortalidade humana.

Mas a verdadeira controvérsia surgiu quando as réplicas começaram a ganhar direitos legais. O argumento era que, como eram seres humanos replicados com perfeição, mereciam os mesmos direitos e proteções que os seres humanos originais. O debate se tornou acalorado e muitos países tiveram que criar leis específicas para lidar com a questão.

Com o passar do tempo, a demanda por réplicas humanas aumentou. Pessoas começaram a replicar seus entes queridos falecidos para mantê-los próximos, ou mesmo para tentar trazê-los de volta à vida. As empresas começaram a oferecer serviços de replicação em massa, permitindo que pessoas comuns pudessem imprimir cópias de si mesmas para realizar tarefas mundanas.

O caos se instalou quando uma grande empresa de tecnologia anunciou que havia criado um modelo de negócios para imprimir réplicas de pessoas famosas para uso comercial. A ideia era que as réplicas seriam usadas para promover produtos e serviços, criando uma nova forma de marketing. Isso levou a uma enxurrada de processos judiciais de celebridades e suas famílias, alegando violação de direitos autorais e uso indevido de suas imagens.

A tecnologia de impressão orgânica 3D havia mudado o mundo de maneiras inimagináveis, mas também havia criado uma série de problemas éticos e legais que a humanidade ainda não estava preparada para enfrentar. A busca pela perfeição da replicação humana havia criado um caos que não podia ser desfeito.

Waldryano
Enviado por Waldryano em 07/03/2023
Reeditado em 14/03/2023
Código do texto: T7734582
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.