Pandemia de amor
Foi numa manhã outonal, que ventos frios sopraram levemente e aos poucos foram varrendo o ódio, o desamor, o desafeto, a maldade, a preguiça, a inveja, as intrigas, as injustiças, as injurias, a discriminação e todo o mal foi arrastado e engolido por um grande tufão.
Tão logo o céu ficou azul de emoção e se abriu para ver passar voando em harmonia uma pomba da paz!
O mundo acabava de ser tomado por uma onda pandêmica de amor e de empatia. Havia sido disseminado um vírus jamais identificado pelos laboratórios da Terra.
Pessoas tossiam acolhimento, espirravam ternura e de suas narinas escorriam secreções de consciência e de afeto.
A pandemia se alastrou!
Vacinas rapidamente foram produzidas e todos necessitavam urgente se imunizar contra o afeto, o perdão, contra a empatia, porque as pessoas tinham medo de adoecer ao respirarem essa paz, ao abrirem os corações e permitirem se contaminar por esse amor. Poderia ser muito perigoso!
O egoísmo, o orgulho e a insensatez, começaram a exigir máscaras e distanciamento social para que esse amor virótico não acometesse o planeta.
Pois esse amor, não controlado, poderia sofrer mutações rapidamente e ser causa primária de uma transformação surreal no mundo.
Mas, esse virus, em fração de segundos contaminou toda a humanidade e sem nenhuma distinção, os corações se viram tomados desse amor, e começaram a pulsar felizes no ritmo das gargalhadas, da gratidão, da fraternidade, da igualdade, da união e da felicidade!
Era uma nova era que vinha pra ficar!
Valeria Gurgel