Meu novo pet
Ter um animal de estimação sempre foi algo que almejava, todavia, sempre adiava era algo que remetia. Cuidados, sujeira, choro e muita complicação, sendo assim para isto disse: - Não!
Mas o tempo passou, e o que eu sou se moldou deste modo: Solidão, ser solitário depois dos 40 faz de mim mais um na estatística.
Olho nos emaranhados de prédios onde habito.
O silêncio bem estabelecido através de leis e acústicas. Pode até existir barulho lá fora. Não se vê, mas se sente que o barulho a desordem só é permitido dentro do espaço de cada um.
Quem dirá que o que eu vejo na janela é mesmo a realidade ou holograma de uma família feliz. Mas o silêncio incomoda. E a tecnologia pode dar um jeito nisto.
A compra de um pet robótico, estou a fazer o que muitos fazem, não é algo que eu falaria num rol de amigos. Virei um velho rabugento e arranjei um gato pra puxar pro rabo, e ele não miará, a não ser que eu programe. E arranhar sofá já era, afinal, suas garras, a não ser que acionadas para um cenário próprio. Nunca veria. A pelagem? Antialérgica e multi-colorida, nada de tédio no bichano.
E o melhor, quando enjoasse de gato, poderia acionar o modo cachorro, os outros modos achei impagável, vai no básico. Adeus solidão.
Através do correio, que aqui é um composto de emaranhados de transporte pneumático. O modo arcaico. Ainda não chegou as impressoras 3d que eu tanto queria, no nosso condado de medievais moradores das cavernas. Mas o silêncio aqui reina, através de tantos decretos a lei do incomodo faz de nós reféns silenciosos dos nossos lares.
Todavia o lá fora é uma hipocrisia silenciosa, tudo visto, como foi programado. Não sei o que realmente vejo, nas janelas destes apartamentos.
O que sei é...
Estou ansioso o pacote chegou, e o meu gato robótico já esta na fase de uploud...