O redator
Como é viver pra você?
Me diga por favor
Como é o horror
De viver?
Não!
Nunca diga
Horror
Dor
Sofrer
Não lhe é permitido
Também não é permito
Iniciar uma frase
Com o pronome oblíquo me
Nunca
Reclame
Ame
Nunca
Erre
Acerte
Desagradável?
Nunca
Seja lhe um pão
Cheiroso
Tudo de bom
Ser você
Não é permitido
Acerte
E não pense!
Não é permitido pensar
Seja o que quer que você seja
Como?
Obedeça ...
"Quem escreveu isto?" Perguntava de modo persuasivo o Chefe da repartição o Editor chefe. A secretária tentava disfarçar era muita indiscrição, algo íntimo que já tinha sido deletado. A conversa se dava por telepatia, por uma onda criptografada. No entanto, era constrangedor. Dez redatores precisavam criar textos "educativos" com vínculos éticos e morais, seguindo os patamares da religião disposta naquela colônia. Precisavam ser criativos, e também inteligentes, afinal as crianças que estariam decodificando as mensagens estariam sendo soldados para os propósitos daquele Império.
Esperava-se deles: Dos educadores literários, uma abordagem fixa, a criatividade era cerceada constantemente, afinal, o propósito era bem disposto: Educar.
"Vamos continuar monitorando o redator número 3."