Estou te observando
Todo o dia é a mesma coisa, chega no serviço, liga o computador, passa por alguns relatórios, observa os vizinhos de mesa, logo após, num local mais discreto, o celular, adentra no seu mundo profano. Sempre observando se não esta sendo observado, afinal, precisa de todos os modos sustentar o seu vício maldito, discreto e também silencioso.
Certo dia, algo muito estranho aconteceu. Ele nem percebeu a luz acesa da câmera a lhe observar, era uma captura de tela. Ele nem imaginava do que se tratava, porém a captura lhe fez. Ele um pai de família, vida pública e discrição. O Serviço também remetia ao comportamento, todas as pessoas naquele local, estariam sérias complementadas nas suas atividades.
Ele não, a câmera do celular de modo imperceptível, registrava cada ato o que ele executava. Ele não tinha ciência do que estava acontecendo, era um monitoramento.
Na sala da chefia, foi tratado o assunto. Caso Robert, eram 3 pessoas para analisar o desvio de comportamento, até então, inadmissível para tal cargo.
"Veja bem" dizia outro, a entrega dele é adequada e a produtividade também. O outro falava deste modo "E a ética?" "Os valores?" "Nossa empresa necessita dos nossos funcionários comprometimento". Um terceiro mais cético olhava todo o histórico semanal do observado. E isto causava-lhe muita repulsa. Porém, no seu cotidiano era igual.
Este analisador foi categórico na afirmação: "O que vocês acham de uma promoção?" Concluiu o empasse.
Quanto ao observado? Ele mudou de sala e de celular, agora numa sala maior sozinho não era a mesma coisa. O que lhe motivava era o perigo e a discrição. As planilhas e relatórios foram ficando escassos e a produtividade começou a cair. Na outra reunião para observar como um lugar de tanto valor e pudor poderia oferecer novos produtos. Colocaram no dia na seleção um novo quesito fundamental. Enquanto ele? Foi demitido. Por falta de produtividade.