"Papai, o que tanto o senhor faz naquele quarto?" Perguntava para o papai, nossa pescaria demoraria um pouco, afinal, os peixes não queriam saber de beliscar.

No meio do lago tudo parecia minusculo. Olhando naquela infinitude do horizonte entendia que no nosso bote sentia a proteção dele.
"Nada querida, concentre-se eu vi um beliscar ali." A tarde calma eu uma criança pescando com o meu querido.

Meus pensamentos estavam naquele quarto. Não compreendia o que o papai fazia nele noites e noites sempre lá. Eu imaginava, decerto era um automato. Já ouvira falar deles, pois já haviam em algumas casas na capital. Morávamos em uma vila próxima a Paris e ocasionalmente era permitido a nós passearmos na tão aclamada Champs-Élysées.

"Filha, preste atenção filha…"

Era um peixe... Outrora precisava pescar, pois, era este o meu exercício a completar.

A uma menina da minha idade era necessário demonstrar alguma habilidade. Não tinha nenhuma. Meu pai tentou me ajudar, era algo grande no lago, o bote começou a se mover. Tentei de todos os modos. Em vão. De nada adiantou.

"Filha!"
O bote virou, Ametista gritou:
"— Pai socorro!"
O Pai disse:
"Filha, segura a minha mão."

De nada adiantou, a correnteza era forte. O Pai no seu desespero disse a si mesmo:

"— O que vou contar para a minha esposa Amélia?"

O choro era algo que ele não conseguia demonstrar. Pensou em pedir ajuda. De nada adiantaria... A menina se fora era o seu fim.

Ao entrar da casa, correu ao quarto que já transformara em uma oficina. Era necessário intensificar o automato precisava ser construído, as peças distribuídas a se encaixar.

Olhava para ela deitada na bancada, faltavam algumas peças ela iria funcionar, porém, eu precisava de alimento. Noite e dia, minha vida se passava dentro daquela oficina. Ninguém entendia a minha obsessão, afinal a minha filha que estaria criando.

Na nossa vila algo assim poderia ser considerado um crime. Todavia criminoso seria saberem em qual circunstancia ela se foi. Com um paquímetro fazia as medições.
As engrenagens estavam corretamente alinhadas. O óleo importante para o funcionamento seria um pouco difícil nada impossível.

Somente trocar algumas sacas de trigo. Ela iria funcionar.

— Amor — dizia a minha esposa. Venha jantar, será sopa, e deixe essa oficina de uma vez. Já lhe disse que preciso entrar neste local e fazer uma limpeza. Amanhã sem falta vou fazer uma faxina.

 
Waldryano
Enviado por Waldryano em 18/04/2021
Reeditado em 19/04/2021
Código do texto: T7235401
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