53. ILHA DO TREMOR - GOVERNADOR NA LINHA

GOVERNADOR NA LINHA

O governador assistindo pela televisão o repórter, o que o repórter dizia sobre os cedrinhos na cobertura. O governador sentiu na obrigação de dar um esclarecimento ao vivo, pois o seu cargo estava em jogo. O reporte que sempre narra com emoção que mais parecia esta narrando um jogo, quando escuta do seu diretor que o governador vai entrar ao vivo no ar. O diretor faz um leve movimento com as palmas das mãos, acenando para baixo, falando sem sair a voz pedindo calma para o jornalista. O reporte começa a diminuir os ânimos, ficou nervoso, nunca tinha falado com o governador.

Conforme a equipe de imprensa fazia os últimos ajustes para o governador entrar ao vivo.

O diretor acena com a mão um joia, para o jornalista. O jornalista não sabe o que dizer, sua mente se apaga completamente, mas fica de pé se tremendo todo. Em seguida o governador começa a falar no ar.

- Alô, alô, alô.

O diretor avisa para o jornalista que o governador está no ar. De repente o jornalista começa a pronunciar as primeiras palavras com o governado.

- Está acontecendo um mal-entendido – O jornalista interrompe o governador.

- Olá governador é um prazer em ouvi-lo. A sua opinião é muito importante para nós. A aqui na emissora falamos o que pensa. – O governador foi direito ao assunto sem dar brechas para o jornalista fazer perguntas, seu argumento é tão convincente que muitos telespectadores diziam que o governador poderia virar jornalista. O governador continuou falando sem parar. – Os passaram vieram a cidade de Olfines hoje pela manhã, é uma espécie rara. A minha equipe está estudando o caso. Quem sabe estes pássaros podem ser criados como baixinho de estimação - O jornalista sempre confuso, nunca sabia se o dono da emissora estava do lado o governador.

O diretor sempre preocupado com a audiência, faz um gesto para o jornalista atrás das câmeras, sinuado para chicotar o governador.

O jornalista que sempre dramatizava, se transforma em um personagem que nunca tinha sido em sua longa estrada de profissão. Tira do bolso sua carteira, mostra um cedrinho amarelado que já não valia para comprar mais nada.

- Governador, peguei este cedrinho ontem, coloquei na carteira. – O jornalista faz uma cara de vítima - hoje pela manhã fui tomar um paramim (uma bebida gelada, típica da região que a população tem habito de tomar), parei no caixa, fui pagar, a nota já estava toda amarelado. Recusaram a receber este cedrinho – O governador em sua sala padrão anda de um lado para o outro sem saber o que responder. – Pedi para pendura, como eu sou uma pessoa conhecida, o dono do estabelecimento pediu para pendura lá em cima, perto do teto me um pé direito duplo para todo mundo ver que eu estou devendo. – A população da cidade de Ofines que assistia, davam rizada, achando que é verdade. - Agora imagina quantas pessoas passam por esta mesma situação tomos os dias

O governador continua andando, passa pelo corredor, já estava sem rumo, mal sabia par onde estava indo. O governador gagueja no telefone.

É... – O governador recebia muitas reclamações dos cedrinhos que ficavam amarelados.

O jornalista percebendo que o governador estava completamente desestabilizado, faz mais perguntas. De um jeito calma, crente que ganhou a confiança da população. O diretor dava pulos de alegria, a audiência estava indo muito bem. O dono da emissora fica quieto em sua sala, fingindo que não está sabendo de nada.

- Senhor governador da cidade de Olfines. O senhor acha certo, o que os afortunados estão fazendo com os nossos cedrinhos, se trata de casas luxuosas? O senhor tem conhecimento desta pratica ilegal senhor governador? – O repórter faz a pergunta e continua falando percebendo que o governador não o interrompia - Já ouvir dizer, quem rasga cedrinhos é louco, agora alimentar passarinhos, aí já é demais. – O jornalista reforça mais uma vez. – O senhor acha certo isso, senhor governador?

O governador estava tão acuado, não sabia dizer se sim ou não, se respondesse sim ou não poderia estar errado do mesmo jeito de tão confuso que jornalista o deixou.

As pessoas que assistiam pela televisão já começavam a ocupar as ruas envolta da sede do governo. Pedindo que o governador desocupasse a cadeira. O governador já começa a ouvir os primeiros barulhos vindo da rua. Os manifestantes já davam os primeiros sinais de querer derrubar o governador de sua cadeira.

O governador em sua sala padrão, acuado, amedrontado sem saber o que fazer, escutava todos os argumentos daquele jornalista que não gostava nem um pouco.

Senta em sua cadeira que por sinal estava gelada, observa a porta de sua sala aberta que dá acesso ao corredor que sai na recepção. Neste momento o eng. Alfa, passa pelo corredor, que não estava acompanhando a reportagem, estava na sala ao lado pesquisando onde poderia encontrar a segunda família dos cedrinhos. O governador sentado em sua cadeira, tinha acabado de avistar o eng. Alfa passar, olha em sua mesa uma amostra da matéria prima A-723, o pesquisador Nedy tinha deixado uma pequena amostra em sua mesa.

O governador ao telefone, ao vivo escutando tudo que o jornalista estava falando, finalmente diz levantando o pote de vidro transparente com tampa rosável.

- Tenho boas notícias para te dá, amanhã a cidade de Olfines passara a ter um novo tipo de cedrinho. – O governador sem saber o que estava fazendo, lê o rotulo. – Vai se chamar, matéria prima A-723.

O jornalista respondeu.

- Compromisso firmado o governador – Do jeito que jornalista falava com o governador, parecia que os dois eram bastante amigos a muitos anos luz – Governador, a emissora: Fala o que pensa, vai acompanhar o caso. – O diretor acenava com a mão em gesto de tesoura, pedindo para cortar a entrevista. O jornalista continuava falando. – Governador só mais uma coisa, depois a gente precisa combinar para tomar um paramim, nos dois juntos, quem sabe a gente vai lá bar... – Não deu nem tempo do jornalista terminar de dizer, o diretor pediu para entrar o comercial.

Alex Leonardo da Silva
Enviado por Alex Leonardo da Silva em 18/04/2020
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