COLETÂNEA DE MICROCONTOS (fantasia) alguns amigos recantistas vão se achar por aqui 

 

 

I - PLANETA TERRA 

Iolandinha abre os olhos e, através da cortina formada por seus cílios, vislumbra tons azuis e verdes, que ocupavam uma grande extensão. Sacudindo a cabeça de um lado para outro, percebe que está vendo o planeta Terra, mas, ela está vendo de bem longe, solta no ar, ainda veste o seu pijama  branco de poás vermelhos. Como assim? Está respirando de que maneira? Como o seu corpo pode resistir? As perguntas vão se acumulando dentro da cabeça sem respostas. Iolandinha se belisca, sente a dor, mas, resolve aproveitar a beleza daquele momento de loucura.

 

 

II - LEVEZA

Albuquerque e Souza, curtem o SPA natural, onde a paisagem deslumbrante é complementada, por refeições orgânicas, bebidas saudáveis e coloridas, também cuidados corporais muito relaxantes. Estão absolutamente extasiados, a ponto de suas mentes, sequer questionarem o porquê estão sendo servidos por lindas fadas, que voavam pra lá e pra cá, tentando tornar todos os desejos deles possíveis. 

 

 

III - A MELHOR COMPANHIA

Ilda possui diversas chaves, dentro do bolso do grande avental. A sua casa tem muitos cômodos, sem portas ou telhado, onde só as janelas fazem o ar se movimentar. Para quê tantas chaves então? Cada uma delas simbolizava uma dor, uma porta fechada para o amor, cada lágrima escorrida e cada decepção que teve na vida. Hoje vive só e reclusa, na casa branca de janelas amarelas, com os beirais repletos de gerânios.

 

 

IV - UTOPIA

Ansilgus voava em pensamento, coloria o mundo com as tons da sua alma, aspergia perfume de flores sobre as casas e cantarolando, provocava felicidade com a trilha sonora da sua sensibilidade, o mundo era sempre alegre em seu pensamento.

 

 

V - FENDAS IRREPARÁVEIS

A porcelana mais fina, talvez chegasse aos pés da textura e delicadeza da cútis de Luna, mas, ela tinha tanta vida borbulhando dentro dela, suas asas estavam sempre prestes a alçar vôo, que o encanto se quebrou. A cútis tão rara afogueou-se, a queda do vôo foi surreal e a estrada com lama e pontes infindáveis, se tornou o seu mais áspero caminho.

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 05/05/2023
Reeditado em 11/05/2023
Código do texto: T7780767
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