EU SÓ QUERO AVUAR

Eu quero avuar nos braços do vento, deitar nas rimas de uma nova canção, respirar cada pedaço das poesias flutuantes que ornam a minha vida, e dizer ao mundo o quanto é bom purificar-me de palavras.

Vou acender incensos com olores de mirra do oriente e espargir o cheiro da minha essência como perfume que exala da raríssima flor colhida nos trópicos onde somente os pés viajores destemidos do frio pode alcança-las.

Eu quero o absurdo visto aos olhos dos puritanos como pecado que impede o poeta de ser feliz.

Voce não poderá ser capaz de impedir o voo das borboletas pois elas nasceram para avuar na leveza da brisa como se fossem poesias flutuantes que saem da garganta de um poeta.

Liberdade é ter a certeza que o universo é um campo de voo sem radar, sem biruta e sem luzes negras para indicar um caminho costumeiro de pouso.

Eu quero sentir a flutuação do meu respirar onde de dentro de mim brota a liberdade e o cheiro doce do acalanto por tanto amar o universo da poesia que meu cérebro explora.

Não! Não tente (nem de longe) compreender-me, pois eu estaria sendo muito fácil de ser capturado pelos teus pensamentos errôneos sobre quem realmente sou, o que sou ou de onde sou, e minhas asas poderiam cair, impedindo-me de avuar como sempre desejei fazê-lo.

Quer seguir? Então siga, mas não queira impedir-me de avuar.

Carlos Silva