UM SONHO AZUL

Eu queria estar mais perto do céu, esticar meus braços e tocar numa estrela para que seu brilho azulasse a minha face e eu visse os anjos protetores ou guardiões dos portões celestes, a convidar-me para brincar na imensidão daquele espaço.

Lá eu viria a Deus, sorrindo ao ver as nossas peraltices de infantos anjos a brincar com aquelas estrelas, como se fossem bolinhas de gudes azuis.

E num riso mais brilhante que o brilho de todas as estrelas, Deus iluminasse com o seu poder, todo aquele imenso universo de luzes azuis flutuantes e brilhantes, onde o pratear da lua dá um charme mais poético e mais romântico para os sonhos e os desejos de levitados momentos de satisfação plena, de amor e de uma jamais vivenciada paz que harmoniza o coração.

Sim, eu queria estar mais perto do céu e não precisar sentir saudades da terra pois aqui eu já sei o que existe. Lá embaixo, Não tem o mesmo brilho, a mesma infância inocente angelical, não tem o espaço tão brilhante e tão pouco o riso de Deus, devido a tanta coisa errada que o homem pratica e oferece aos moradores terrenos, onde reina somente a escuridão como fonte de vida, apagando risos e deletando da mente a pureza de um viver acriançado.

Lá, na terra, nem o sol consegue emanar os seus raios para o plantio ou o cultivo pois o homem com suas ambições meticulosas envenena a cada dia o solo que serviria para nos alimentar como era no começo em que ele não conhecia e nem praticava tanta atrocidade com o nosso sagrado solo.

Ahhh... como eu queria poder tocar o céu e ficar lá no alto sem o menor anseio de retorno, para não ver a notável decadência de tudo isso que um dia foi chamado de um belo jardim terrestre.

Por favor, não me acordem, pois eu ainda tenho muitas bolinhas azuis para brincar com os anjos protetores ou guardiões dos portões celestes.