Papagaio de pirata
Estou olhando o horizonte e pensando no meu passado como fui encontrado. Era um filhote, que tinha caído do ninho e tentava sobreviver, bem, assim ele me contou. Dês de então, sou seu fiel companheiro.
Neste navio, há uma autoridade, o capitão, os outros são subordinados a ele. Menos eu. Eu sou quase como uma parte do seu corpo, pois estou sempre com ele. Até hoje.
— Capitão, Capitão, o vento a deriva demonstra que está surgindo uma tempestade. E marujos tentavam em vão manobrar as velas daquele navio pirata, procurar algum porto próximo. Duro saber que porto não encontrariam, o vento tendia a leva-lo para alto mar, o pior local de ir quando há uma tempestade.
Nem mesmo o Capitão com toda a sua experiencia conseguia domar aquele leme, nosso navio Brigue iria sucumbir.
— Fique aqui, é perigoso para você amigo esta tempestade. Ele me colocou dentro da gaiola, eu respondia afoito: — Curupaco, Capitão.
Ele veio e passou a mão nas minhas penas, e disse:
— Amigo de todas as horas, fica um pouco dentro desta gaiola, já te tiro daí e coloco no meu ombro.
Eu olhava de longe o meu amigo sucumbir puxando cordas em vão, tentando domar aquela tempestade. As ondas levavam o nosso navio para o lugar mais perigoso entre rochedos de uma mal formada ilha.
O navio partiu-se em dois, era gritos desesperantes e homens ao mar.
Meu dono, veio, ensanguentado, estava ferido, algo lhe atingira. Soltou me. Foi assim que eu o ouvi dizer as ultimas palavras.
— Voa, amigo voa! Salve-se e uma grande onda o levava para dentro do mar. Eu com as asas meio que enferrujadas, voei para o alto, a chuva queria me derrubar, batia as minhas asas domesticadas na esperança de me salvar.
Senti a canseira tomar conta, olhava o imenso mar, em uma madeira que boiava da embarcação já dizimada me deitei, a tempestade passara. Tentava me levantar e tomar voo novamente, era morte na certa ficar apoiado no meio de ondas que me levavam para o nada.
Cansei e fechei os olhos era o fim.
Quando acordei, senti barulho de pessoas gritando, tinha muitos barris de rum boiando, e um navio bem maior do que o meu estava coletando aquele tesouro.
— Olhem! Vejam uma ave dará um belo fritado.
Eram marujos. Eu abri meus olhos e tentei fugir, em vão atacaram uma rede de pescaria em mim. Era agora o bobo daqueles abutres.
O cozinheiro já afiava a faca, dava risadas de alegria, teria um bom prato para a noite.
Estava no meio daquele navio, prestes a ser morto.
Quando um novo dono me olhou e salvou-me daquele final triste.
No desespero da morte, só sabia repetir: — Curupaco, Capitão! Ele escutou de longe, deu um belo sorriso. Os marujos todos se assustaram. Era algum mago do mar aquele pequeno ser? E estava eu e ele. Ele tirou a rede. me colocou no ombro e disse.
— Gostei de você,será meu novo amigo. O cozinheiro ficou frustado, certamente já estava esquentando a água para me depenar. Os marujos falsos que só fizeram uma roda e cantavam alegremente tomando rum e cantando. — O Capitão tem um novo companheiro e nós uma garrafa de rum!
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