" O PEIXE VIVO"
Corriam os dias do ano de 1977... Uma menininha franzina, clarinha, de rosto ovalado com covinhas, sorriso tímido, pedia a linda professora que trazia esperança fotografada nos olhos que tocasse ao piano a música do peixe...
O tempo passou... O peixe vivo viveu fora da água fria, ficou sem a companhia de que mais amava no mundo e chorou tanto que de pranto sua alma ficou vazia.
Mas, todos os aquíferos do mundo, penalizados com o sofrimento daquele serzinho, se irmanaram e de gotícula em gotícula uma nova lagoa foi se formando...
E assim, aquele bichinho foi aprendendo a viver sem os afagos, sorrisos, carinho, melodiosa voz e bondade daquela que foi e sempre será através do tempo o maior de todos os seus amores...
E do calor escaldante das turvas águas a que foi lançado, o peixe vivo foi aos poucos se adaptando e hoje refeito de toda a sua dor nada com mestria por mananciais ainda quentes, sabendo que em nenhum momento esteve sozinho...
Pois, sua adorada companhia, foi apenas flutuar por outros oceanos, mais límpidos, suaves e lindos... E que de onde está sorri com saudades, com o mesmo amor de outrora...
Minha adorada, inesquecível, mamãe Yvonne... Eu sobrevivi a mais implacável de todas as provas, que foi o seu retorno à Pátria Espiritual, pois sempre soube que em mim você jamais morreria... Em mim você viverá por todo sempre, e o infinito sempre será insuficiente para mensurar o amor que te devoto.
Saudades eternas...
Com todo o meu amor,
Ivoninha.