CONTO DE FADAS
Por uma abertura bem pequena, em muro coberto de hera, de uma construção muito antiga, saiu uma criaturinha brilhante, loirinha, de olhinhos singelos muito verdes, ela tinha asinhas miúdas e t r e m u l a n t e s, que a mantinham em voo vibrante e suave ao mesmo tempo. Era um tempo de fadas, contos fantasiosos e monstrinhos maus e falantes. Essa minúscula fada, chamava-se Lia, não tinha outras irmãs, muitas da sua mesma condição haviam sido exterminadas ao passar dos séculos, por monstrinhos e fadas malvados e restara apenas ela, para amenizar as crueldades naquele reino, eles faziam algum mal e ela, até onde seu poder permitia, alterava a situação ou às vezes conseguia inverter o fato, tinha muito trabalho por lá.
Sua mais nova missão, era proteger a Princesinha Clara, filha mais nova do Rei Andrews e da Rainha Meredith, uma linda criança nos seus bem-nascidos, oito meses. A pobrezinha logo que abriu seus olhinhos azuis clarinhos, foi ameaçada por Thor, o cão mais antigo e amigo da família, um labrador moreno e alegre, que parecia enfeitiçado, pois logo que Clara foi colocada em seu berço real, avançou para a menininha com os dentes afiados, graças a um safanão bem aplicado pelos servos Berenice e Antoine, ele não conseguiu o seu intento, mas, logo que se recuperou do golpe que recebera, avançou de novo na criança. O Rei Andrews, o agarrou pelo pescoço com forte aperto e o retirou do aposento real, dando ordens expressas para que ele fosse colocado na masmorra do palácio e que fosse acompanhado o seu comportamento, caso ele continuasse com a ferocidade ameaçadora, deveria ser prontamente sacrificado, mas, ao sair de perto da Princesinha Clara, ele voltou a ser o cão manso e carinhoso, de tantos anos de convivência com a família real e seus servos e guardas, parecia realmente um feitiço.
Depois desse episódio insólito, o Rei Andrews, pediu a fadinha Lia que protegesse sua filhinha e se fosse possível, descobrisse o que mudara o comportamento de Thor. Depois de alguns dias de muita investigação e procura, a fadinha Lia, encontrou a possível causa daquele episódio, numa pequena caverna bem distante do reino onde estava o palácio real, vivia uma fada má de nome Vicenza, que detesta crianças, por ela todos os humanos seriam adultos, já nasceriam grandes por um encantamento, não tinha a menor paciência com os pequeninos. Um dia quando ela saiu de sua caverna, a fadinha Lia revirou o lugar em busca de vestígios da passagem de Thor por aquele lugar, logo debaixo de um pequeno livro de magia, encontrou um tufo de pelos pardos, e na página aberta, o maldito encantamento, Lia pensou bastante e lembrou de um outro encantamento que poderia interromper o que fora feito. Rapidamente retornou ao castelo, foi até a masmorra, disse as palavrinhas mágicas condizentes, soprou um pouco de grama misturada com pólen de uma florzinha alaranjada, sobre o focinho de Thor e ele depois de espirrar um pouco, parecia o mesmo cão dócil de sempre, encanto do mal desfeito, Lia foi comunicar ao Rei, para tranquiliza-lo. O Rei Andrews, porém, não ficou muito satisfeito, precisava afastar do seu reino aquela fadinha Vicenza, perguntou para Lia como poderiam expulsá-la de lá. Lia disse que fadas do mal, tem compromisso com suas palavras empenhadas, caso não as cumpram, perdem seu poder e minguam até desaparecerem como as brumas dos ventos, precisariam criar uma situação para que ela empenhando sua palavra não pudesse deixar de cumpri-la, precisavam pensar bastante de como iriam criar um mote, para forçar uma promessa dela.
O Rei Andrews, a Rainha Meredith, Lia e Sávio, o conselheiro real, após muito pensar, resolveram que iriam fazer uma festa pelo salvamento da Princesa Clara e convidariam também a fadinha Vicenza, em meio a festa, lhe ofereceriam muitos gatos pretos, novos pequeninos tachos para suas poções, plantariam ao redor da caverna, todas as ervas que ela precisasse para seus encantos, como se não soubessem que ela não era uma fadinha do bem, com a condição que ela nunca se aproximasse do reino. Tudo correu a contento, com os seus os brilhantes olhinhos negros, a fadinha Vicenza, já imaginando todos os encantamentos do mal que poderia fazer, sem ter que buscar em locais distantes ervas para suas magias, prontamente prometeu que nunca mais se aproximaria do reino, dera sua palavra, era tudo que a família real e Lia desejavam.
Passados cinco anos, sem que a promessa fosse quebrada, a Princesinha Clara crescia linda e feliz, até que um dia, passeando com sua ama pela face oculta do palácio, encontrou em suas brincadeiras, um rosa negra de perfume adorável, colheu-a e aspirou seu perfume, no mesmo instante, ficou com uma grande verruga no meio da testa e a pele toda arroxeada, sua ama Ana Rosa, correu com ela nos braços direto para dentro do palácio, em busca de ajuda, a menininha era a mesma, mas, a sua aparência estava horrível. Os pais logo chamaram a fadinha Lia para comunicar o fato, ela rapidamente, batendo suas asinhas pequeninas, foi às escondidas até a caverna da fada Vicenza, que estava fora, no momento, logo que entrou na caverna percebeu que pelo chão estavam vários gatos pretos, amarrados com fitas vemelhas, as preferidas da Princesinha Clara, este feitiço Lia sabia reverter com facilidade, mas, enfim, a fada do mal Vicenza, havia quebrado sua palavra, pois só teria conseguido àquelas fitas se tivesse estado sorrateiramente no palácio real. Junto com o Rei e dois guardas palacianos, retornou no final daquela mesma tarde até a caverna de Vicenza, e estando ela tranquila em seus mágicos afazeres, o Rei Andrews lhe disse com firmeza.
- Você não cumpriu com a palavra empenhada deve deixar para sempre estas terras!
Por mais que ela negasse, as fitas vermelhas e os gatos pretos, amarrados pelo chão a denunciavam. Como por um encanto ela começou a dissolver em enfumaçadas cores esverdeadas e desapareceu, era o fim da fada do mal. Depois de soltar os pobres gatinhos pretos, todos correram para o palácio, para que Lia, desencantasse a princesinha, com pequenos borrifos de mel e água, todo o terrível encanto malévolo foi desfeito. Clara voltou à sua aparência doce, linda e saudável. Os Reis mandaram preparar, um enorme banquete que durasse dois dias, para todas as pessoas do reino, em comemoração ao reestabelecimento de Clara, que ficou mais feliz, do que todo mundo, pois adorava festas, dava gritinhos de alegria, correndo pelo palácio, com seu fiel e manso amigo Thor, no seu encalço, tudo era alegria. E assim termina esse conto de fadas, com muita paz e harmonia num reino bem d i s t a n t e daqui.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 21 e agosto de 2015.
Por uma abertura bem pequena, em muro coberto de hera, de uma construção muito antiga, saiu uma criaturinha brilhante, loirinha, de olhinhos singelos muito verdes, ela tinha asinhas miúdas e t r e m u l a n t e s, que a mantinham em voo vibrante e suave ao mesmo tempo. Era um tempo de fadas, contos fantasiosos e monstrinhos maus e falantes. Essa minúscula fada, chamava-se Lia, não tinha outras irmãs, muitas da sua mesma condição haviam sido exterminadas ao passar dos séculos, por monstrinhos e fadas malvados e restara apenas ela, para amenizar as crueldades naquele reino, eles faziam algum mal e ela, até onde seu poder permitia, alterava a situação ou às vezes conseguia inverter o fato, tinha muito trabalho por lá.
Sua mais nova missão, era proteger a Princesinha Clara, filha mais nova do Rei Andrews e da Rainha Meredith, uma linda criança nos seus bem-nascidos, oito meses. A pobrezinha logo que abriu seus olhinhos azuis clarinhos, foi ameaçada por Thor, o cão mais antigo e amigo da família, um labrador moreno e alegre, que parecia enfeitiçado, pois logo que Clara foi colocada em seu berço real, avançou para a menininha com os dentes afiados, graças a um safanão bem aplicado pelos servos Berenice e Antoine, ele não conseguiu o seu intento, mas, logo que se recuperou do golpe que recebera, avançou de novo na criança. O Rei Andrews, o agarrou pelo pescoço com forte aperto e o retirou do aposento real, dando ordens expressas para que ele fosse colocado na masmorra do palácio e que fosse acompanhado o seu comportamento, caso ele continuasse com a ferocidade ameaçadora, deveria ser prontamente sacrificado, mas, ao sair de perto da Princesinha Clara, ele voltou a ser o cão manso e carinhoso, de tantos anos de convivência com a família real e seus servos e guardas, parecia realmente um feitiço.
Depois desse episódio insólito, o Rei Andrews, pediu a fadinha Lia que protegesse sua filhinha e se fosse possível, descobrisse o que mudara o comportamento de Thor. Depois de alguns dias de muita investigação e procura, a fadinha Lia, encontrou a possível causa daquele episódio, numa pequena caverna bem distante do reino onde estava o palácio real, vivia uma fada má de nome Vicenza, que detesta crianças, por ela todos os humanos seriam adultos, já nasceriam grandes por um encantamento, não tinha a menor paciência com os pequeninos. Um dia quando ela saiu de sua caverna, a fadinha Lia revirou o lugar em busca de vestígios da passagem de Thor por aquele lugar, logo debaixo de um pequeno livro de magia, encontrou um tufo de pelos pardos, e na página aberta, o maldito encantamento, Lia pensou bastante e lembrou de um outro encantamento que poderia interromper o que fora feito. Rapidamente retornou ao castelo, foi até a masmorra, disse as palavrinhas mágicas condizentes, soprou um pouco de grama misturada com pólen de uma florzinha alaranjada, sobre o focinho de Thor e ele depois de espirrar um pouco, parecia o mesmo cão dócil de sempre, encanto do mal desfeito, Lia foi comunicar ao Rei, para tranquiliza-lo. O Rei Andrews, porém, não ficou muito satisfeito, precisava afastar do seu reino aquela fadinha Vicenza, perguntou para Lia como poderiam expulsá-la de lá. Lia disse que fadas do mal, tem compromisso com suas palavras empenhadas, caso não as cumpram, perdem seu poder e minguam até desaparecerem como as brumas dos ventos, precisariam criar uma situação para que ela empenhando sua palavra não pudesse deixar de cumpri-la, precisavam pensar bastante de como iriam criar um mote, para forçar uma promessa dela.
O Rei Andrews, a Rainha Meredith, Lia e Sávio, o conselheiro real, após muito pensar, resolveram que iriam fazer uma festa pelo salvamento da Princesa Clara e convidariam também a fadinha Vicenza, em meio a festa, lhe ofereceriam muitos gatos pretos, novos pequeninos tachos para suas poções, plantariam ao redor da caverna, todas as ervas que ela precisasse para seus encantos, como se não soubessem que ela não era uma fadinha do bem, com a condição que ela nunca se aproximasse do reino. Tudo correu a contento, com os seus os brilhantes olhinhos negros, a fadinha Vicenza, já imaginando todos os encantamentos do mal que poderia fazer, sem ter que buscar em locais distantes ervas para suas magias, prontamente prometeu que nunca mais se aproximaria do reino, dera sua palavra, era tudo que a família real e Lia desejavam.
Passados cinco anos, sem que a promessa fosse quebrada, a Princesinha Clara crescia linda e feliz, até que um dia, passeando com sua ama pela face oculta do palácio, encontrou em suas brincadeiras, um rosa negra de perfume adorável, colheu-a e aspirou seu perfume, no mesmo instante, ficou com uma grande verruga no meio da testa e a pele toda arroxeada, sua ama Ana Rosa, correu com ela nos braços direto para dentro do palácio, em busca de ajuda, a menininha era a mesma, mas, a sua aparência estava horrível. Os pais logo chamaram a fadinha Lia para comunicar o fato, ela rapidamente, batendo suas asinhas pequeninas, foi às escondidas até a caverna da fada Vicenza, que estava fora, no momento, logo que entrou na caverna percebeu que pelo chão estavam vários gatos pretos, amarrados com fitas vemelhas, as preferidas da Princesinha Clara, este feitiço Lia sabia reverter com facilidade, mas, enfim, a fada do mal Vicenza, havia quebrado sua palavra, pois só teria conseguido àquelas fitas se tivesse estado sorrateiramente no palácio real. Junto com o Rei e dois guardas palacianos, retornou no final daquela mesma tarde até a caverna de Vicenza, e estando ela tranquila em seus mágicos afazeres, o Rei Andrews lhe disse com firmeza.
- Você não cumpriu com a palavra empenhada deve deixar para sempre estas terras!
Por mais que ela negasse, as fitas vermelhas e os gatos pretos, amarrados pelo chão a denunciavam. Como por um encanto ela começou a dissolver em enfumaçadas cores esverdeadas e desapareceu, era o fim da fada do mal. Depois de soltar os pobres gatinhos pretos, todos correram para o palácio, para que Lia, desencantasse a princesinha, com pequenos borrifos de mel e água, todo o terrível encanto malévolo foi desfeito. Clara voltou à sua aparência doce, linda e saudável. Os Reis mandaram preparar, um enorme banquete que durasse dois dias, para todas as pessoas do reino, em comemoração ao reestabelecimento de Clara, que ficou mais feliz, do que todo mundo, pois adorava festas, dava gritinhos de alegria, correndo pelo palácio, com seu fiel e manso amigo Thor, no seu encalço, tudo era alegria. E assim termina esse conto de fadas, com muita paz e harmonia num reino bem d i s t a n t e daqui.
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 21 e agosto de 2015.