O RELÓGIO DA TORRE
O relógio da torre bate as doze horas... O som se repete por algum tempo. Meio-dia. Meio do dia. Metade de sonhos e palavras e falas e olhares que um homem pode ter. Agonia. Dia. Bate e depois silencia. Meio-dia. E eu a escrever algumas coisas sem sentido, meto-me a escritor de poucos dias e lanço, como um furioso animal saindo da armadilha, palavras ao vento, palavras ao tempo, muitas palavras. Palavras que estão juntas ou separadas. Palavras em uma parte do dia. Meio-dia. Meio do dia. Metade. Parte. Agonia. E o relógio da torre bate as doze horas. Num curto espaço de tempo eu escrevo estas linhas. Escrevo enquanto o relógio da torre anuncia meio-dia...