Noite

Apareceste nas sombras, calmo, passos de felino, pegou-me por trás. Tentei virar e quando consegui olhei para ti... Olhei e não consegui me conter!

Teus olhos brilhavam, eram de um castanho muito claro. Claro e hipnotizante. Envolvi-me no mel dos teus olhos e provei do mais doce beijo.

Senti, tentou me afastar do teu corpo. Não deixei. Passei a mão em teus braços, senti teus músculos contraindo e uma sensação inebriante.

“Não faça isso, eu sou culpado, você precisa parar...”

Suspirou essas palavras no meu ouvido. Ouvi a voz melodiosa e fortemente agarrei-me mais a ti.

“Não quero, não posso, te amo, te quero!”. Meu desespero era sem fim.

Afastou-me bruscamente, empurrou-me e cai na cama. Olhei para ti, você olhou para mim e então percebi como me trajava. Acho que a malícia ficou presente em meu rosto quando mordi os lábios. Você me observou, o desejo presente em você.

Levantei-me vagarosamente, te puxei e você não resistiu.

O peso do teu corpo sobre o meu. O impulso frenético dos nossos corações. Viramos um só corpo, com uma só mente.

A noite foi estupenda, foi mágica e incrível. Nunca irei esquecer.

Quando o sol apareceu, vi-me na cama sozinha. Fiquei assustada. Onde você estava? Sumiu?

Os lençóis bagunçados, travesseiros no chão e seu lugar na cama vazio.

Procurei-te por todo o quarto e achei apenas um bilhete.

“Tenho que ir, preciso sumir. O que fizemos à noite não deveria ter acontecido. Você vai sofrer, e muito! Eu não te amo, esquece de mim!

Um misto de desespero e raiva nas minhas veias. Não sabia se chorava ou quebrava o vaso antigo em cima da mesa. Chorei. “Te quero, te espero, a noite vai chegar e você vai vim... Espero...”.

Rayanne Correia
Enviado por Rayanne Correia em 06/01/2013
Código do texto: T4070310
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