Conversando com Glauco o homem-sereio

Era uma vez um homem que vivia de inúteis buscas, quando certa vez se apaixonou por uma ninfa do mar. Ela era muito bela, mas não para compor em si seus olhos humanos. Sua beleza suave era possuída pela alma, como um mundo escondido no precipício do abismo humano, interno eram seus olhos de prazeres complacentes. A beleza dura enquanto permanece sua alma, eis toda a riqueza, mistério e fascinação que eleva um ser de paisagens puramente belas, era como se raramente fossemos possuidores de belezas de uma ingenuidade perdida dentro do rosto humano.

O amor tem como objetivo se esconder dentro das águas, pelas cavernas submarinas, somente os espíritos alados foram feitos para senti-lo.

O grande amor não existe mais, disse-me o homem do mar, passamos pelo mundo por uma existência vazia, e relutamos que o amor é único.

Não homem do mar! Já viste a primavera para pensaste assim?

A beleza enobrece a espécie, é preciso encontrar o seu objeto de amor no mundo sem ele ser único, é preciso amar o ser humano como amaste em si sua ninfa do mar, é preciso ser um poeta sem musas para criar, sem utopia não haverá transcendência, ser apenas um romântico não basta para criar um novo mundo que começa além da alma.

Experimenta a sua própria magia em si, mas não esqueça, de sondar aquilo que conseguimos em si amar....

Ame ao mundo como um fruto de sua imaginação, o que vês em sua ninfa é aquilo que perdeste de ver nos aspectos transbordantes de sua humanidade, na verdadeira busca constante do sublime,

para a dimensão criativa longe de todos os rótulos que aprisionam o vôo da alma humana, que em si liberta o individuo do cárcere das mesmices.

A maior das misérias que encontrei no mundo das mesquinharias foi a letargia de acreditar que fomos feitos destinados a seremos o que somos...

Morreram as utopias, quando a Musa se afogou no mar.

A Idade de Ouro pode ser revivida no interior do humano.

A beleza suavizante apenas pode ser vivida de dentro da alma.

( Poeta das Almas )

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 21/12/2011
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