Colo
Não parece mais uma mulher, mas uma arma preparada para a guerra. "Que guerra?", se pergunta sempre. E continua a preparar-se.
Os cabelos castanhos encaracolados, que antes delineavam o rosto, agora estão presos, e as pérolas ao redor do pescoço e nas orelhas estão jogadas à mesa de canto, no quarto. Uma faixa vermelha de tinta pinta a área dos olhos claros sobre a pele clara. O olhar é fumegante e arde aos outros.
"Sou um pequeno gafanhoto. Você admira meu mestre." Seu mestre é careca, não tem barba branca, mas cabelos grisalhos. Não é um senhor, mas um homem com a pele queimada e rugas do sol da guerra. - Mas é a mim que ele chama e conta seus segredos, e é a mim que depois de fazer carregar baldes e socar o cérebro contra o crânio que ele abraça e diz que ama.
"Foi a mim que ele pegou no colo e foi dele que ouvi pela primeira vez 'eu te amo', assim descobri. É a partir dele que sei como a vida vai ser."