A Dona do Coração.
Ainda bem que mesmo dormindo muito pouco, eu não me sentia sonolenta nem indisposta: parecia que alguma energia me abastecia!
Mas eu me preocupava quando estava chegando a hora de ir dormir e tudo aquilo acontecendo!
Então uma noite eu pedi veementemente que, nas meditações da noite, na kundalini, fossem trazidos os que estivessem necessitados, para que eu e as equipes pudéssemos ajudar.
E realmente, a partir desse dia comecei a ter a percepção dos fatos.
Parece que as coisas só acontecem quando nosso livre arbítrio decide fazer alguma coisa e toma uma atitude.
Nessa noite, na meditação kundalini,comecei a sentir que havia a presença de um espírito de mulher, alguém que reclamava, chorava, parecia revoltada e brava.
Dizia mais ou menos o seguinte:
-Quem roubou meu coração? O que aconteceu com o meu coração? Porque eles me operaram? Estou viva, mas não consigo entender o que está acontecendo!
Então, aos poucos, imagens começaram vir na minha mente: um acidente de moto, uma moça, um corpo sendo operado!
De repente, compreendi: o transplante de coração!
Os leitores que não tem o conhecimento sobre o mundo astral talvez tenham dificuldade para me entender: quando a pessoa morre, principalmente se for de forma brutal e inesperada, ela não consegue entender o acontecimento e pode passar um longo tempo confusa e presa ao momento do acontecido, repetindo e repetindo muitas vezes a mesma cena em sua mente, sem conseguir se livrar disso!
É terrível!
O Jerry tinha um coração transplantado, de uma moca que havia morrido num acidente de moto!
E o que aconteceu?
Ela não tinha ainda notado que tinha morrido; sabia que tinha havido um acidente e que tinha sido operada; estava tentando reaver seu coração que ela sentia que havia sido retirado nessa cirurgia e cujas vibrações ela seguira e sentia que estavam ali, no corpo daquele homem!
Algo horripilante, mas totalmente possível no mundo astral!
Ela cobrava do Jerry, brigava com ele e dizia que ele tinha roubado seu coração!
Entendi também o porquê desse horário tão esquisito para ir à academia: era o horário em que ela começava a querer fazer contato com ele; ele acordava e não conseguia dormir mais; então sem saber explicar e entender o que estava acontecendo, levantava-se e ia se exercitar, o que acabou se tornando um hábito.
Daí para frente meu trabalho ficou mais fácil: todas as noites, antes de dormir, na meditação kundalini, ela era trazida para que eu conversasse com ela e explicasse pouco a pouco o que lhe havia acontecido.
E demorou várias noites!
Ela era uma moça muito jovem, cheia de vida, corajosa, e não queria de forma alguma aceitar que estava “morta’.
-Como assim, morta? Estou aqui, viva, com meu corpo inteiro; só faltando meu coração ser devolvido por uma cirurgia para que eu fique bem!
Então eu fui pedindo que lhe fosse mostrado o momento do acidente, que ela pudesse visualizar seu corpo físico morto.
Ela chorou muito, esbravejou, berrou, não aceitava a morte de jeito nenhum!
Chamava pelos pais, principalmente pela mãe que também não tinha aceitado a perda da filha e que ainda chorava por ela.
Chamava também muito pelo namorado que eu penso estava com ela na moto, mas não morrera.
Depois de várias sessões, quando eu pensei que tinha se acalmado, começou a reclamar que não tinham pedido sua autorização para realizar o transplante!
Ainda estava brava com o Jerry e com os médicos!
Vejam como a ignorância sobre as realidades do mundo astral complicam a nossa vida de encarnados!
Aos poucos ela foi sendo tratada, muitas pessoas amigas vinham cuidar dela, e ela foi melhorando a olhos vistos.
E eu, graças a Deus, passei a dormir a noite toda, sem ser acordada por barulhinhos!
Estava já chegando o dia do meu aniversario, 25 de maio.
Minha volta ao Brasil seria no inicio de junho.
E assim foi: eu não perguntei quando ele iria, nem quando eu voltaria.
Já tinha entendido que estávamos dentro de um grande e maravilhoso jogo e que tudo se concretizaria de acordo com as nossas jogadas, com as nossas atitudes e com as nossas ações.
E comecei a adorar tudo isso!
continua...
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