Visitas Indesejadas.
Na manhã seguinte preparei um altarzinho na cômoda do quarto do Jerry, com uma imagem de Jesus que encontrei e com um pratinho para acender minha vela.
Coloquei também um copo com água e sal grosso num cantinho bem discreto e coloquei o cd da Meditação Dinâmica do Osho.
Não sei se já falei sobre as meditações do Osho.
Ele é um mestre indiano que criou um tipo de meditação diferente: em vez de você ficar sentado imóvel, você faz respirações, danças e liberações energéticas, para só no final ficar em silencio.
Conheci esse Mestre querido em 1980 e nunca mais parei de fazer as suas Meditações .
Foi uma meditação normal, nada de estranho a não ser muita liberação de raiva na hora da catarse. (catarse é o momento em que você deixa todas as emoções se expressarem através dos movimentos corporais).
Passei o dia normal e à noite, enquanto o Jerry dormia, fiz a meditação kundalini no pequeno quarto espelhado onde eu fazia meus alongamentos e minha yoga.
Foi também uma meditação normal e fui dormir um tanto ressabiada, pedindo aos anjos que me deixassem dormir bem a noite inteira.
Que nada! Lá pelas tantas, acho que 3 da madrugada, fui acordada, desta vez por uns barulhinhos, como que uns estralinhos na cortina que fica bem ao lado da cama.
Ë uma grande porta de correr de vidro, que dá para o terraço e para o lago.
Essa cortina é daquele tipo persiana vertical, e cobre toda a porta de vidro.
Não eram barulhinhos comuns, daqueles que ocorrem normalmente nas casas de madeira, principalmente aqui onde o clima é muito seco e o sol muito quente.
Não.
Eram uns estralinhos que pareciam me chamar, e eu sentia que havia presenças no quarto.
Estendi o braço e vi que o Jerry não estava; já tinha saído. Arrepiei-me inteirinha e de um pulo, acendi a luz de cabeceira.
Não vi nada, mas os estralinhos continuavam e também a sensação de presenças.
Não sabia o que fazer. Estava tonta de sono, apavorada, não conseguia nem rezar.
Sentada na cama, rezando, luz acesa, fiquei assim um tempão, até ouvir o barulho da porta da garagem: o Jerry chegando!
Então apaguei a luz e fingi que dormia.
O Jerry entrou no corredor e quando abriu a porta, vários estralinhos parecia que falavam com ele!
Continuei rezando até conseguir dormir com o dia já clareando.
E logo estava ele me acordando todo feliz para o café da manhã especial, sem saber que eu não tinha dormido nada.
Isso foi se repetindo todas as noites.
Eu já não sabia o que fazer, nem a quem recorrer.
A minha sorte é que meus mentores me protegem sempre: eu não sentia cansaço nem sono durante o dia!
Nas meditações eu sentia que havia uma equipe trabalhando, inclusive sentia a presença dos índios nativos americanos que vinham das montanhas e trabalhavam ao redor da casa, ajudando na limpeza.
Uma noite, na meditação kundalini, percebi que estava havendo uma reunião: várias canoas vieram pelo lago, os índios reuniram-se com meus mentores, vários grupos de proteção foram chamados e iniciou-se um trabalho na parte de cima da casa, no astral: foi criado no astral, bem acima da casa, um local de tratamento e recuperação espiritual.
No dia seguinte de manhã, o Jerry veio me falar que um dos dois barcos pedalinhos que ele tem amarrados com grossas cordas no deck aqui em frente da casa, tinha desaparecido.
O barco tinha sido encontrado pelos seguranças do condomínio lá do outro lado do lago!
Artes dos índios?
Uma dessas noites em que não conseguia dormir, acabei adormecendo com a luz acesa.
Quando o Jerry chegou veio de mansinho e apagou a lâmpada de cabeceira.
No outro dia de manhã ele estava todo preocupado; disse que tinha ficado impressionado porque se lembrara de quando a falecida esposa estava doente e não conseguia dormir.
Aí contou que ela tinha crises de pânico e pedia para ele não ir para a academia e que ele não suportaria ter que viver tudo isso de novo!
Perceberam o tamanho do enrosco?
Eu fiquei ainda mais apavorada e não podia falar nada, senão ele ia achar que o problema ia se repetir!
E estava se repetindo, pois devia ser a energia dela se manifestando!
Não é nada fácil ter sensibilidade, sentir coisas e não saber muito bem o que fazer!
continua...
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