O Começo da Estória.


Tudo começou depois que vim morar com o meu namorado Jerry aqui em Las Vegas.

Eu o conheci na internet, num site especial para pessoas que querem aprender outras línguas.
Eu queria muito aprender inglês e me inscrevi.
Então comecei a conversar com um americano muito educado, respeitoso, que já sabia um pouco de português e queria aprender mais.


Pois bem, começamos a namorar; ele foi me conhecer no Brasil, passeamos, viajamos durante um mês.

Ele voltou aos Estados Unidos, continuamos a namorar pela internet e pelo telefone; no ano seguinte ele voltou. Viajamos mais um mês...

Ele dizia: devagar e sempre, vamos nos conhecer melhor...

Eu tinha e tenho toda a paciência do mundo: eu com 59 ele com 69 anos de idade! Mas já aprendi que certas coisas não adianta forçar nem apressar; é assim mesmo...
Ele voltou aos Estados Unidos, e então me convidou a ir visitá-lo.

Finalmente no dia 4 de julho de 2007 meu avião aterrissou no aeroporto internacional MCCarran em Las Vegas!

Notaram a data? Fui recebida com fogos de artifício e todas as comemorações a que tinha direito: Dia da Independência!

Foi tudo um sonho!

Conheci a casa dele, deliciosa, à beira de um lago, uma casa aconchegante e familiar. Conheci a cidade, fiquei maravilhada com os cassinos e encantada ao conhecer uma nova natureza: o deserto, as montanhas nevadas, coisas que eu nunca tinha visto antes no nosso Brasil.

A casa é um capítulo a parte; parecia um ser vivo; quase que falava comigo.
Fica num lindo condomínio todo arborizado, onde construíram vários lagos artificiais. As casas são todas no mesmo padrão, com lindos jardins na frente, sem muros; as mais privilegiadas, como a do Jerry, têm o lago como quintal.

Quando eu me sentava lá fora, na piscina, o vento balançando as altas palmeiras, os beija flores aos bandos vindo sugar as flores e a água adocicada que ele pendurava em garrafas no jardim, os patos deslizando suavemente nas águas da lagoa, era uma paz tão grande que eu chegava a chorar emocionada.

Eu sentia claramente que não estava ali por acaso, que havia uma forte conexão espiritual trabalhando por trás de todo o nosso relacionamento.

Ele me tratava com todo o carinho, mas deixava claro que eu era uma hóspede e eu também sentia que devia me comportar dessa forma.

Eu sabia muito pouco da estória da vida dele; não era muito fácil a nossa comunicação, pois tínhamos as limitações impostas pelas diferentes línguas que falávamos; mas aos poucos íamos nos entendendo cada vez melhor.

continua...
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Malu Thana Moraes
Enviado por Malu Thana Moraes em 12/10/2009
Reeditado em 17/04/2017
Código do texto: T1861798
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