O FILHO




Rodrigo estava na lanchonete com Fábio, seu amigo, que de repente se engasga com uma batatinha frita. Fábio leva um susto e o acode.
- O que aconteceu, Rodrigo? Cara... Você quase morre engasgado!
- Olha lá do outro lado da rua! É a Carol!
- Estou vendo, mas o que tem isso? Vocês já terminaram faz tempo, cara!-- Não é isso! Olhe direito! Ela está grávida!
Fábio olhou a barriga da menina, e concordou com o amigo.
- É... Está mesmo. Mas e daí? Vai dizer que acha que é seu?
- Acho que... Não tenho certeza...
Em seu coração pipocavam dúvidas e recordações de bons tempos.
Carolina se direcionava em passo firme e cabeça erguida para a lanchonete, que por sinal estava lotada devido às promoções e novidades, o que dificultou o encontro entre os dois. A sorte é que ele estava na janela do segundo andar, mas da porta até a escada foram quilômetros e mais quilômetros de apertos e desvios das pessoas.
Finalmente, conseguiu chegar até Carol. A moça olhou para ele um pouco sem jeito.
- Oi Carol! Posso sentar aqui contigo?
- Claro que sim, Rodrigo! Eu preciso fazer um lanche rápido. Tenho só meia hora para isto. Fui ao médico fazer uma ecografia e perdi parte da hora do almoço.
Rodrigo não desviava olhar de sua barriga. Ela, percebendo, lhe diz;
- Olha Ro, eu sei que você deve estar com a pulga atrás da orelha, mas não é seu esse filho!
- Como não!? Separamos-nos há 8 meses, e essa barriga não de pouco tempo não! Com certeza está beirando os 9!
- Olha Rodrigo a gente já se separou e eu não tenho que te dar satisfação! Tchau! Fui!
- Espera aí mocinha - Falou, puxando a menina bruscamente pelo braço.
- Ai! Você está me machucando! Tire suas mãos imundas de mim seu Canalha!
E saiu correndo para fora. Rodrigo ficou desolado. O amigo veio lhe consolar...
- Quê isso, ficar triste por que não tem um filho? Cara alivie-se! Um problema a menos... Já pensou? Ter que comprar fraldas... Ouvir aqueles choros irritantes de bebê?! Deus me livre!
- Problema pra você. Eu, sim, queria ter um bebê. Adoro bebês; dinheiro, não me falta, você sabe... e além do mais, minha chance de voltar com a Carol é essa!
- Ué... Então... Espere o bebê nascer pra você requerer o teste de DNA na Justiça!
- E é isso mesmo que eu vou fazer.
Os dois saíram da lanchonete na chuva rala que começava a cair sobre o sol de verão...
Demorou certo tempo para que ela deixasse-o ver o bebê. E, surpreendentemente... O bebê era a cara dele!
Rodrigo requereu o exame de DNA na justiça para provar que a criança era mesmo seu filho.
O resultado deu negativo...

Fim

Criação: Gabriel R. Betti,Denise Severgnini e Marcelo Bancalero