592 Minha vida longa
Tenho 110 anos de idade, sou viúvo, tenho 07 filhos, 30 bisnetos, trinetos e tataranetos a perder de vista, que não me lembro dos seus nomes, mas todos me tratam com amor e carinho, e me dão presentes no dia do meu aniversário.
Depois da morte da minha mulher há 30 anos, decidi me afastar dos negócios da família e fazer o inventário, ou seja, dividir a herança entre os filhos, em que foram arroladas duas fazendas e várias casas na cidade.
Há 25 anos decidi morar no asilo, onde sou bem tratado e alimentado. A enfermeira tira a minha pressão e me pesa todo santo dia, e ainda me dá algum remédio. Não me falta nada. Durmo bem.
Gozo de boa saúde física e mental. Não me sinto só em nenhum momento. Tenho boa convivência com os internos; fazemos festinhas e até dançamos. Recebo visitas dos meus parentes e amigos. Tenho tempo para pregar a palavra de Deus aos que não a conhece. Às vezes penso que nunca vou morrer!
Goiânia, 16-08-2024
(Do meu livro Minhas histórias; Nossas histórias II, 301-, em construção)