506 A conversão dum irmão
No mês passado fora convidado a pregar numa igreja evangélica da nossa denominação no outro lado da cidade. Fiquei alegre em rever como integrante do grupo de louvor, um velho conhecido assaltante à mão armada que conheci na delegacia e no presídio, que também ficou alegre em me reencontrar.
No final do culto fui conversar com o velho conhecido, e lhe disse: Amado irmão, o que lhe fez mudar da água para o vinho? E ele respondeu: Prazer em revê-lo, querido pastor. Lembro-me dos seus bons conselhos. Mas o que me fez mudar de direção foi um assalto frustrado. Ou seja, há dez anos, num dia qualquer, num local isolado, eu e o meu colega estávamos numa moto, cercamos uma camionete cor preta e apontamos à arma para o motorista descer da mesma, quando uma força invisível me jogou distante uns 10m onde fiquei paralisado e sem poder falar e a minha arma foi parar longe; o condutor não desceu nem baixou o vidro escuro, nem vi o seu rosto, e passado um instante a camionete foi embora. Passado um pouco de tempo consegui me levantar e reencontrei o meu colega distante uns 200m, morto ao lado da moto, sem nenhum arranhão. Foi então que decidi procurar uma igreja.
Goiânia, 27-02-2024
(Do meu livro Minhas histórias, pequenos contos, em construção)