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Rotina do Casamento: até quando Resistirá?
O desgaste provocado pelo tempo de convivência, em consonância com a mesmice do casamento, é perturbador ao relacionamento conjugal de inúmeros casais, mundo afora. Para Ana Lúcia e seu marido, não foi nada diferente.
Não obstante à situação de um casamento operando em modus Titanic, a presença dos filhos (já crescidos) e a preservação do patrimônio familiar — construído ao longo dos últimos 25 anos —, provavelmente, sejam motivos que os mantém juntos, sob o mesmo teto.
Ela nem disfarça mais o quanto aquela rotina a machuca. Aliás, não consegue sequer tentar fazer algo diferente. Tudo no marido a incomoda: os insistentes pingos de xixi deixados na tampa e bordas do vaso sanitário; as cuecas espalhadas pelo chão do banheiro; o ronco escandalosamente alto e intermitente, em infindáveis madrugadas; e, até mesmo a forma de ouvi-lo mastigando e conversando com a boca cheia, causam-lhe tremenda irritação.
Fins de semana em família, então ... viraram uma tormenta desproporcional. E, quando os filhos não estão em casa, a situação piora de verdade. Se não fossem as séries e filmes na NETFLIX e AMAZON PRIMER, além das fofocas nos grupos de whatsapp, a segunda-feira não chegaria nunca. As horas se arrastam bem mais que nos tempos do colegial, nas abomináveis disciplinas de matemática, filosofia, canto orfeônico e religião.
"Programas a 02" nas sextas-feira ou nos sábados à noite? Hummmmm... deixaram de existir, há muito tempo! Convidar amigos para degustar um bom vinho, num restaurante tradicional ou ouvir músicas 'ao vivo' nalgum pub, regadas à cerveja ou caipirinha, passou a ser agenda carimbada do casal.
A realidade é que o diálogo deixou de ser instrumento de comunicação entre ambos, mesmo que utilizado para um prosaico recado. As situações banais e corriqueiras causam divergências e brigas intermináveis.
Por outro lado, o sexo doméstico se tornou protocolar e insosso, praticado 01 vez ao mês ... quando muito. Mesmo assim, Ana Lúcia jamais teve qualquer outro relacionamento amoroso — proveniente de família tradicional e religiosa, nunca se permitiu a nenhuma aventura extraconjugal.
O certo é que, ainda, nutre consideração e respeito pelo marido, parceiro nos projetos iniciais da sua vida adulta. Mas, a atração física e a vontade de estar com ele ficaram esparramadas na poeira da estrada. E, ela se sente jovem, fresca e cheia de viço. Cuida do corpo como sua maior identidade visual: alimentação espartanamente regrada. Além disso, semanalmente faz 02 sessões de pilates e 04 de musculação, alternando com crossfit e muay thai.
Ademais, veste-se bastante jovial para seus quase 50 anos, utilizando usualmente roupas curtas, transparentes e coladas ao corpo, que valorizam suas pernas bem-feitas, coxas torneadas e a bunda carnuda; além de abusar dos decotes provocantes, deixando livres e soberanos os seios bojudos.
E ... se fora do casamento não tem nenhuma relação sexual (física), Ana Lúcia se envaidece com os olhares despudorados sobre seu corpo, lançados pelo personal trainer ou diante das investidas de ousado colega de trabalho, que deixam molhadinhas suas partes íntimas — os 02 homens costumam ser homenageados, durante prolongados e aconchegantes banhos, onde a temperatura morna da duchinha legitima fantasias pecaminosas ... sem limites.
Até quando resistirá?
Post Scriptum
Segundo alguns terapeutas de casais, a qualidade do Relacionamento Conjugal é decorrente de 05 situações específicas, interligadas e igualmente importantes: 1- o compromisso e o empenho do casal em manter o relacionamento; 2- a intimidade entre ambos, alimentada na relação diária; 3- a afetividade nos gestos e carinhos entre os parceiros; 4- a sexualidade construída e mantida com o desejo pelo outro(a); 5- e a satisfação e bem-estar com a própria relação. Faltando algum desses componentes, certamente, deixará a Relação Conjugal em situação de crise. Em muitas casos, completamente à deriva.