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(dedicado aos amigos recantistas, Luiz Cláudio Santos e Iolandinha Pinheiro)
...de gôta em gôta
...pingo cá, pingo lá
...a reta é turva
...declive escorregadio
...marquise pode cair
... águas de chuvas
... fonemas que alagam
...brisa e vento
...quente e frio
...no ir e vir
A chuva caía embaçando horizontes, solo e a visão se tornava tediosa, Luiz e Belle usavam dois guarda-chuvas, ele verde e ela azul, as águas caiam médias na grossura das ondas e, aceleradas no projetar das gotas. Frias, por instantes, quase mornas em outros.
Luiz e Belle, já saíram de casa apressados, as poucas palavras necessárias, foram trocadas aos borbotões, mas, no piso claro amadeirado, entrou pelos frisos dos tacos, a sensibilidade e, o que restava de algum amor.
Fora da previsão elementar, o adiado clima/tempo/pessoal, seguiria para a chuva, lavando os verbos cada vez mais escassos, as combinações de parceria e, quaisquer resquícios d'um amor, que talvez...tenha existido um dia.
A chuva era molhada, mas, o sentimento dentro do peito, já solidificara um deserto. Tinha cor de areia, não abria chance para miragens e, se aparecesse um tanto de sede... águas de chuvas não matariam.
Os passos, sob os coloridos guarda-chuvas na rua molhada, seguirão os caminhos jurídicos e, a vida de ambos trilhará em separado, o caminho para um novo raio de Sol.
** Imagem - Fonte - br.pinterest.com