Jogadora de basquete de uma cesta só

De 20 a 60 anos atrás, todos os jovens foram atletas. Uns seguiram carreiras. Outros pernas de pau, estudavam muito para superar a vergonha da família de não ter um atleta de fama na família 

Meu saudoso pai incentivava com mestria. Morávamos em Ubatã na beira de dois rios. Nossa casa era perto do rio.

Na época da cheia, o patriarca pegava pelo pé e carinhosamente jogava no rio.

Minha mãe gritava apavorada. - - Quer matar meu filho?. Faz mal não Diva. Se morrer um, sobra 5. Assim aprendemos a nadar. Mergulhar. Pescar. E fazer pirueta.

Eu. A Gaza, amarela, buxudinha, cheia de verme, sonhava ser artista dessas que fazem piruetas no seco ou na água. Tudo era diversão, corrida, bicicleta, descer no redemoinho.

Em 1972, já em Salvador, encontramos boas escolas de prática de esportes. O Cenecista moldou as minhas curvas e meu caráter.

Futebol. Handebol. Corrida. Basquete e ginástica até a exaustão.

 

Passei num teste de basquete. Tinha 1.20 m, 12 anos quase anã. Acertei a cesta, como dizemos na bahia, na cagada.

 

A menor criança da 6a série do ginásio.

Passei quase 6 meses e era titular do basquete.

Acreditem. Acertar a cesta no teste foi, a única vez. Nenhum colega conseguiu de primeira. Todo dia, uma ladeira triste de se ver até o Colégio de Menores para, em três horas, treinar basquete. Uma de aquecimento. Uma de arremeso e uma de jogo.  

Nada da peste da bola entrar. Minha determinação foi tão grande que o mestre me colocou no handebol e futebol sem nenhum tipo de teste.

Uma galega, magrela. Um tantinho maior aprendendo a jogar na praia de tubarão.

 

Meu irmão Adroaldo, ia sempre comigo.

Não tinha menina. Só eu e minha ousadia.

Treinava natação também. Bom mesmo era cair no mar. Nadar muito. Sem bronca em casa, a mãe não deixava ir a praia sem meu pai.

Aos 14. 15 e 16. Fui para João Florêncio Gomes. Jogava  meninas contra meninos. A equipe feminina, tinha notoriedade no Brasil.

Faltava prova. Fazia prova viajando. Tinha aula extra. Se apresentavam em outras escolas e cidades. Eramos estrela da escola.

Um dia tomei uma bolada bem no meio da "venta". Desmaiei procurei meu nariz e não achei. Estava dormente e sangrando. Tive que ir ao médico.

Estava com sris meses de gestação e não sabia. Tomando pancada de todo lado. Dali fui para a ETFBa. Tinha oito meninas nas sete turmas de eletrotécnica da escola.

Tinha olimpíadas. Orgulhosamente participamos de todas as modalidades. Eram 300 alunas no cuso de química contra 8 de eletrotécnica.

Uma delas estava grávida. Só duas sabiam o básico. Ganhamos um troféu de honra. 15x0 placar normal. 

Ginástica de solo eu adorava. A escola exigia cem pontos, na disciplina de física.

Ou estudava. Ou estudava. Ou estidava.

Foquei muito no estudo. Só saía de lá Jubilado, expulso, louco ou brilhante. Ninguém desistia nunca.

Só deixei as competições de lado. Ainda faço atividades, subo em altura, mergulho, nado. Desenvolveu a parte física. Regina Michelon.

Jogadora de basquete de uma cesta só. Com orgulho. Desistir jamais. Detalhe hoje tenho 1.57m.

 

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A Regina Michelon
Enviado por A Regina Michelon em 08/04/2022
Reeditado em 08/10/2023
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