O SILÊNCIO DE IRENE

A rua estava deserta, e a manhã de domingo suspirava com a brisa fresca que circundava através do vento morno pelas casas da rua João Machado, no bairro de Jaguaribe, na Capital, João Pessoa.

Irene Gondim, uma mulher de aproximadamente oitenta anos, estatura mediana, cabelos grisalhos, olhos claros, pele branca, sentia o perfume das flores do jardim da sua casa. Ela esperava os filhos para o almoço dominical como era de praxe, pois, naquele dia, como já era habitual, ela se levantou às 05h00, preparou o café, alimentado-se e foi para o terraço, levando consigo lembranças que se difundia em seu cérebro

Subiu as escadas que dava acesso para o primeiro andar, e dirigiu para sacada do terraço, no alpendre, ela contemplava a paisagem bucólica com lúdica fantasia de domingo. Depois de se passar algumas horas, sentou-se, coxilou.

- Senhora Gondim... – chamou Olga, a governanta que há mais de trinta anos prestava seus serviços a família Gondim.

Despertou a Sra. Gondim com um sorriso soslaio porque estava ainda sonolenta, passava das nove da manhã.

- Bom dia. Hora dos remédios, Sra. Gondim.

A velha senhora fez um esforço para levantar-se, mas, a fadiga do corpo não ajudou-a, e singelamente começou a perguntar:

- Meu marido levanto-se? Meus filhos já chegaram para o almoço? E, Maria Tereza? – Perguntava ansiosa sem demonstrar inquietude no semblante – Responda criatura?

- Seu marido já faleceu há vinte anos, e seus filhos não moram mais na cidade, Maria Tereza está na cozinha tomando se café.

- É, é mesmo... – surpresa, a senhora tomou os remédios.

Uma lágrima escorreu despercebidamente, e ajudada por Olga, levantou-se.

- A senhora ma parece bem melhor hoje.

- Vamos passear no parque Arruda Câmara? Ou vamos para a Igreja do Rosário?

Olga sorriu, conduzindo-a:

- Vamos para onde desejares.

Desceram as escadas lentamente. Maria Tereza aproximou, vestida de branco, era a técnica de enfermagem que passara a noite com a senhor:

- Bom dia! Como a senhora está se sentindo hoje?

A senhora por alguns momentos ficou perdida como se estivesse em uma outra realidade. Maria Tereza compreendeu o momento e Olga pronuncio-se com destreza:

- depois da peça de hoje, eu e a Maria Tereza vamos levá-la para um passeio no parque.

- Como é o seu nome? – perguntou e continuou – E que dia é hoje?

Maria Tereza respondeu. Irene agradeceu com um lindo sorriso, e Olga chamo o chofer...O domingo seria como todos, porém, este seria muito mais lindo, estava chuvoso.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 02/03/2022
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