Lucius César - A origem.
Essa personagem tem um conto com seu nome - Lucius César, esse relato é antes de sua morte, para entender como o Senhor Lucius César passou dessa para uma melhor, leia o conto: Lucius César.
A vida é cheia de surpresas - eu que o diga.
Nasci no dia 23 de agosto de 1.980, meu pai se chamava Laurentino César e minha mãe Muriel Flores, meu pai era dono de uma importante loja no centro comercial de Minas Gerais e minha mãe era escritora.
Cresci em um ambiente na qual meu pai trabalhava o dia todo e nunca tinha tempo para a família e minha mãe, sempre estava com o olhar distante, presa em seu escritório, de frente para sua máquina de escrever, fui criado por um tutor que se chamava Kimbabue Solomón, ele era de origem australiana e havia chegado no Brasil a muito tempo e desde que me recordo, sempre trabalhou em casa.
Sempre tive uma vida confortável, não posso me queixar de nada, meu pai sempre garantiu tudo do bom e do melhor, tanto para minha mãe, quanto para eu.
Sempre tive tato para os negócios, para ganhar dinheiro, meu pai me dizia que eu era sua cópia e sempre que podia, eu ia para a loja com ele, aproveitava essas oportunidades para ficar um pouco perto dele e também para observar como o mundo dos negócios funcionava, as negociações que meu pai fazia, as vendas, as compras, estratégias de negócios ( a loja de meu pai vendia os melhores tecidos da região, alguns eram até importados).
Quando terminei a faculdade ( cursei administração de empresas a pedido de meu pai, eu nunca o contrariava), fui trabalhar na loja da família, me sentia em casa em meio aquele ambiente, meu pai me deixou responsável pela parte de compras da loja e logo percebi que tinha tato para aquilo, consegui os melhores fornecedores para a loja, as melhores mercadorias e os clientes só aumentavam e o faturamento também.
Mesmo sendo o filho do dono, comecei por baixo, mais meu tino era bom para o que eu fazia e comecei a usar esse dom a meu favor.
Certo dia, papai precisou fazer uma viagem até a Nova Zelândia , iria fechar um negócio que se desse certo, nosso futuro seria promissor. Deixou o Gerente Geral responsável pela loja, eu nunca fui com a cara dele, mas tinha um plano para ficar no seu lugar. A loja tinha um cliente que sempre fazia grandes pedidos de tecidos para revender em seu estabelecimento e essa era a minha chance de chutar aquele Gerente de dentro da minha loja.
Fiz o seguinte: o pedido era para o dia 15 de outubro, pois o nosso cliente precisava do material para revender, fiz algumas mudanças nos papeis de pedido e coloquei para o dia 20 de outubro, o gerente assinou sem ler, como ele sempre fazia e quando chegou a data de entrega, que ele achou que era dia 20, ele ligou para a empresa e constatou o seu erro e ficou desesperado e veio falar comigo, eu disse que deixasse que eu ia dar um jeito. Em nosso estoque havia a quantidade certa que o nosso cliente estava querendo, chamei o gerente e disse para ele:
- Meu pai jamais perdoaria esse erro grave que colocou o nome da empresa em xeque.
- Eu sei disso, Senhor Lucius Cesar, por favor, não comente nada com seu pai.
- Bem, não posso fazer nada com relação a isso, terei que falar com meu pai sobre esse erro que o senhor cometeu.
O gerente não disse mais nada, no mesmo dia pediu suas contas e foi embora e quando meu pai retornou de viagem, relatei a ele o ocorrido e ele me parabenizou pela minha atitude, dizendo que salvei o nome da loja e da nossa família e com isso, passei a coordenar tudo dentro daquele lugar, agora lá era o meu reino, eu mandava e desmandava e meu pai apoiava todas as minhas decisões, pois assim que assumi o controle da empresa, ficamos mais ricos.
Eu comandava a Tecidos Real Ltda com mãos de ferro, não perdoava um erro de nenhum funcionário, era implacável e com isso, todos passaram a me odiar dentro daquele lugar, mas eu não me importava, eu era o dono e eles tinham que fazer o que eu queria, na hora que eu queria e como eu queria, caso contrário, eram substituídos por outros.
Minha mãe percebeu minha má indole e me repreendeu com relação a isso.
- Lucius, não apoio suas atitudes e muito menos suas decisões com relação aos negócios.
- Você não tem que apoiar nada, não preciso da sua opinião para fazer negócios, você entende de livros e não de negócios, deixe isso para quem sabe e não fique no meu caminho.
Meu tutor também me repreendeu várias e várias vezes, chegou até a falar com meu pai sobre isso, eu não podia admitir isso, um empregado se metendo na minha vida. Contratei alguns enfermeiros e o internei em uma casa de repouso, alegando insanidade.
Meu pai pouco se importava do jeito que eu comandava a Tecidos Real, ele queria saber mesmo era dos resultados e se esses resultados rendessem dinheiro, para ele estava ótimo.
No dia 24 de dezembro de 2000, meu pai faleceu e com ele terminava a antiga era da Tecidos Real, agora eu poderia tomar todas as decisões sem interferência de ninguém, em seu testamento, ele deixou quase tudo para mim, dinheiro, títulos, ações, casas, tinha uma cláusula que dizia que a casa onde morávamos iria ficar com minha mãe e ela teria direito a uma certa quantia em dinheiro. Assim foi feito.
Tive a oportunidade de herdar um império que ajudei a construir, mudei para uma outra casa e muito raramente visito minha mãe, mas continuo comandando meu império com mãos de ferro e graças a isso, a cada dia que passa, fico mais rico, poderoso, famoso pelo Mundo.
Estava precisando de um assistente para me ajudar, uma pessoa que fosse esperta, inteligente e acima de tudo que fosse discreta, pois iria me acompanhar em todas as minhas viagens e participar de todos os negócios que eu fosse fazer tanto no Brasil, quanto fora do Brasil.
Laurent San Basilio cruzou meu caminho um certo dia, eu já tinha ouvido falar sobre ele, um profissional exemplar, culto e era exatamente o que eu estava precisando, passei umas informações para minha secretária e ela conseguiu todos os contatos do Senhor San Basilio, marquei uma reunião, acertamos todos os detalhes e agora tenho o melhor secretário do mundo ao meu dispor, mas isso não impede de que eu o trate como um subalterno que ele é, estou pagando muito bem para que ele me traga soluções e não problemas.
Tenho uma viagem marcada para o Marrocos, vou fechar um grande negócio por lá, espero voltar mais rico e poderoso do que sou.