Lucius César.
Me chamo Lucius César, sou rico, poderoso e todos se curvam diante de mim e do meu dinheiro, nunca precisei pedir nada para ninguém, sempre me gabei de minha posição social, as pessoas sempre fazem tudo o que eu quero, até agora.
Tinha uma viagem marcada para o Marrocos, onde fecharia um grande negócio, o maior da minha vida. No dia da viagem, levantei cedo e fui direto para o aeroporto, onde meu jatinho particular me esperava, quando entrei no avião, senti um frio percorrer minha espinha e uma sensação de medo jamais sentida invadiu cada célula do meu corpo, pensei em desistir da viagem, mas não podia e decidi seguir em frente.
Decidi tomar um drinque para relaxar e esquecer as preocupações, acabei dormindo.
Senhor Lucius César, até que fim nos encontramos.
Abri os olhos e estava em um lugar que parecia uma grande fazenda, porém não havia ninguém, nem um animal e muito menos plantação, olhei para o meu lado e lá estava a mulher mais bonita que meus olhos já haviam visto.
-Quem é você? Perguntei para ela.
-Morte, esse é meu nome.
- Está de brincadeira?
-Porque eu brincaria com uma coisa dessas?
-Chegou a hora de você acertar as contas de tudo o que você fez e olha que não é pouca coisa, viu.
O desespero tomou conta de mim, olhei para todos os cantos e não havia ninguém que eu pudesse pedir ajuda, por mais que eu procurasse, não havia viva alma. Era um lugar vazio, estranho.
-Veja Senhor Lucius César, todos ao redor do seu caixão.
A morte estava me mostrando meu próprio funeral, muitas pessoas estavam ao redor do caixão, algumas riam, outras cuspiam em cima do caixão, outras debochavam.
-Como é possível isso? Porque essas pessoas estão fazendo isso?
-Em vida, você foi uma pessoa muito ruim, mesquinha, egoísta, avarenta, resumo de tudo que não presta e essas pessoas estão comemorando a sua morte.
-E posso perguntar como eu morri?
-Acidente de avião, o caixão esta fechado, pois a única coisa que conseguiram achar do seu corpo, foi a sua mão esquerda. Por ter sido tão ruim em vida, terás que pagar agora em sua vida pós morte e pagarás cada coisa que fez.
-Eu sou tão novo para morrer, tenho tanto o que fazer ainda, tanto dinheiro para ganhar, não posso deixar a vida agora.
-Podemos fazer um acordo.
-Eu aceito.
-Não vai nem querer ouvir qual acordo é?
-Não interessa, desde que eu volte a vida.
-Tem certeza disso?
-Certeza absoluta.
Nesse momento, a morte soprou em meu rosto e acordei com meu piloto me chamando. Quando olhei para o lado, vi uma pessoa igual a mim, parecia uma cópia.
-Dormindo de novo, Laurent? Vou descontar cada hora de sono do seu salário e você vai ter que me pagar para trabalhar pra mim, seu inútil.
Lembrei que eu sempre falava assim para o meu assistente, levantei e fui ao banheiro, continuava com a mesma cara de sempre, porém quando fiz o tal acordo com a Morte para voltar a vida, voltei como meu empregado e agora teria que ficar preso nesse corpo para sempre, aguentando todo o egoísmo e falta de educação desse ser tão asqueroso que eu era.