A lei dos grandes números
(Samuel da Mata)


Ambrósio, professor de filosofia há décadas, finalmente acertou na loteria e ganhou 4 milhões de reais. Aproveitando a oportunidade, foi medir o quanto transmitiu de conhecimento a seus 25 alunos.
- Prezados, hoje me despeço de vós para ir desfrutar das graças que me aprouve a sorte. Todavia, quero que mude também a vossa sorte, e para isto destinei dois milhões de reais.

Nesta plaqueta há registrado um número inteiro entre 0 e 99, coberto por uma fita adesiva.
Nesta urna de bingo há cem bolinhas numeradas de 0 a 99.
Cada aluno, por sua vez,  sorteará 75 bolinhas das quais anotaremos seus números.
No final do dia, retirada a etiqueta da plaqueta, ratearemos os 2 milhões,  entre aqueles que  acertaram o número oculto. Se ninguém tiver acertado, o recurso continuará comigo.

Uma outra alternativa é que cada um de vós sorteie 4 bolinhas da urna, sem reposição. Ao final, descerramos a placa e quem tiver acertado o número ganhará  200 mil reais, a escola ganha 600 mil reais para reforma, e os demais colegas ganham 50 mil reais cada um.

Vou sair da sala por uma hora e deixar que definam entre vós,  qual das opções deve ser implementada. A opção vencedora deve ter mais de 80% dos votos.

Ao final de uma hora a disputa entre as opções estava longe de qualquer acordo. O professor então disse:
-  A falta de equidade não está nos números, mas na usura daqueles que enumeram.
Por falta de acordo,  está cancelada a proposta.


 
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 05/10/2019
Reeditado em 08/10/2019
Código do texto: T6761864
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