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(Imagem do Google)

Dente de leite

 
Numa das brincadeiras de meus filhos quando pequenos, foram-se embora dois dentinhos de leite de João Paulo, fora do tempo previsto. Tentando imitar um super herói, caiu, um dente foi-se também e o outro ficou dependurado. Deixei tudo que estava fazendo, tomei-o rapidamente em meus braços, fomos à dentista próxima de casa, ele aos prantos, eu com a roupa já tinta de sua aventura, sentindo toda a aflição e as dores  que em dados momentos ,gostaríamos que fossem nossas. A dentista extraiu o outro dentinho, ele foi-se acalmando , fomos embora, ele já com um sorriso "banguelinha", pois ouvira atento que poderia tomar bastante sorvete,  receita adorável para uma criança.

Voltamos à dentista no dia marcado, ela sugeriu  um aparelhinho contendo os dois dentes, para que ele não se sentisse desconfortável junto aos coleguinhas do maternal. Assim foi feito conforme o que a dentista sugeriu. Tirou-se o molde, o aparelhinho ficou pronto e lá se foi João Paulo para a escola. Nas primeiras horas com os dentes novos até que nascessem os permanentes senti que aquele aparelhinho não faria a menor diferença para uma criança de sua idade, não deu a menor importância, nem se lembrava que tuas janelinhas estavam abertas.
 
Passados três dias a professora entrou em contato comigo, disse-me que o aparelhinho tornou-se o brinquedo favorito  em sala de aula. Um pouco que ela se descuidava ou melhor estava cuidando de uns, os outros estavam experimentando o tal aparelho. Esses dentinhos postiços de leite passaram-se por toda criançada. Receberam-lhe sem problema algum quando chegou sem os dentinhos, a alegria estava em experimentar o novo, o desconhecido e riam de suas peraltices. 
Suponho que não há quem não se encante com a naturalidade e espontaneidade dos pequenos. 

Houve um tempo em que as mães guardavam os dentinhos de leite, (assim era denominada a primeira dentição) dos filhos e posteriormente eram banhados a ouro, tornando pingentes de cordões que enfeitavam os colos maternos. Tenho-os guardados, de Luísa e João Paulo, embora nunca os tirei da caixinha, quiçá pelo susto que me deram, embora atualmente quando lembro desse fato, rio tal qual à coleguinha do maternal. 


 
Rosa Alves
Enviado por Rosa Alves em 29/09/2019
Reeditado em 28/08/2020
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