Pedagogizando: Escolhas nossas de cada dia.
Bruno chegou pedindo seu documento escolar. Ele estudou na escola a quatro anos atrás no nono ano. Queria a papelada para matricular-se no primeiro ano do ensino médio. Sim, quatro anos depois, ainda vai cursar o primeiro ano.
Na época que estudou onde trabalho, Bruno era Analice. Bruno é seu nome social*, certificado e identificado documentalmente pelo Estado.
Quando perguntei o porque da demora em voltar a estudar, trouxe a mim a sinopse da história.
Bruno revelou a família, o que todos viam e ninguém queria aceitar. Além das inúmeras brigas, seus pais mudaram de cidade e Bruno, deixado para trás, foi para casa de um primo, e em seguida para casa de "amigos". Hoje mora só num quitinete alugado pela mãe.
Nestes três anos que passaram, após sua saída da escola, nunca conseguiu concluir o primeiro ano do ensino médio. Entre mudanças de lar, brigas e isolamento familiar só recentemente tirou a documentação oficial que garante a ele ser quem ele quer ou sente ser de verdade.
Seu semblante enquanto aguardava a funcionária da escola trazer seus documentos era uma vitrine exposta do quanto duro é o preço que temos de pagar quando não há tolerância, respeito e acolhimento conosco. A mãe como outras tantas, vem uma vez por mês da outra cidade, visitá-lo, sem o consentimento do marido, que abriu mão da paternidade.
Nem de longe Bruno lembra a Analice do passado. Deixou de lado o violão que tocava e agora anda bastante pelo mundo, a julgar pelas sandálias gastas.
Ele guardou cuidadosamente os documentos na mochila surrada pelo tempo e após um suspiro, afirmou que este ano ia ser diferente, pois lutará até o fim para concluir os estudos.
Trocamos algumas palavras e ao final, meio incrédulo, olhou para o nada e confidenciou em tom de voz baixo que mesmo cansado, não vai desistir fácil.
Bruno, além dos documentos, levou esperança e insistência na bagagem.
Difícil crer na sorte, quando sentimos que o mundo ao redor não nos aceita, difícil crer no amanhã quando o hoje nos tapa a visão do futuro.
Só nos resta insistir, sermos mais teimosos que a teimosia que nos rodeia.
Boa sorte amigo em sua jornada.
Na época que estudou onde trabalho, Bruno era Analice. Bruno é seu nome social*, certificado e identificado documentalmente pelo Estado.
Quando perguntei o porque da demora em voltar a estudar, trouxe a mim a sinopse da história.
Bruno revelou a família, o que todos viam e ninguém queria aceitar. Além das inúmeras brigas, seus pais mudaram de cidade e Bruno, deixado para trás, foi para casa de um primo, e em seguida para casa de "amigos". Hoje mora só num quitinete alugado pela mãe.
Nestes três anos que passaram, após sua saída da escola, nunca conseguiu concluir o primeiro ano do ensino médio. Entre mudanças de lar, brigas e isolamento familiar só recentemente tirou a documentação oficial que garante a ele ser quem ele quer ou sente ser de verdade.
Seu semblante enquanto aguardava a funcionária da escola trazer seus documentos era uma vitrine exposta do quanto duro é o preço que temos de pagar quando não há tolerância, respeito e acolhimento conosco. A mãe como outras tantas, vem uma vez por mês da outra cidade, visitá-lo, sem o consentimento do marido, que abriu mão da paternidade.
Nem de longe Bruno lembra a Analice do passado. Deixou de lado o violão que tocava e agora anda bastante pelo mundo, a julgar pelas sandálias gastas.
Ele guardou cuidadosamente os documentos na mochila surrada pelo tempo e após um suspiro, afirmou que este ano ia ser diferente, pois lutará até o fim para concluir os estudos.
Trocamos algumas palavras e ao final, meio incrédulo, olhou para o nada e confidenciou em tom de voz baixo que mesmo cansado, não vai desistir fácil.
Bruno, além dos documentos, levou esperança e insistência na bagagem.
Difícil crer na sorte, quando sentimos que o mundo ao redor não nos aceita, difícil crer no amanhã quando o hoje nos tapa a visão do futuro.
Só nos resta insistir, sermos mais teimosos que a teimosia que nos rodeia.
Boa sorte amigo em sua jornada.