Desentendimento Comum

- Você não percebe que eu desejo muito você? Que eu tento, ao máximo mesmo, te fazer feliz sempre que estou contigo? Que te ponho como prioridade aos meus afazeres? Que gostaria de ser tua luz, tua brisa, tua calmaria... Que sonho em te realizar?

- Percebo. Mas...

- Percebe?! Não parece! Pois teu jeito não muda! A forma de ser indiferente, independente de tudo que faço. Insensibilidade... Não está vendo que estou ficando uma pessoa gasta por conta disto?! Meu tempo, minhas saídas, meus amigos e familiares... Um estresse que tomei pra minha pessoa, e sem pensar duas vezes. Pois foi de algo que tomei para aqui dentro deste coração, que era tão feliz, e desejava ser ainda mais. Eu te ofereci meu tudo...

- Mas... Eu não pedi por isso! O momento que eu queria passar contigo era porque, simplesmente, eu me sentia bem! Era por não possuir peso! Eu não precisava me esforçar para ser quem eu não era, e você aceitava. Eu poderia ser a pessoa que eu sempre soube que era perto de você, sem disfarces. Você era minha liberdade! E eu... eu só queria isto. Ser livre ao menos com alguém.

- Então por que me tratava tão bem? Dizia que eu era sua razão de ainda estar aqui, viva? Por que disse tantas coisas boas?

- Eu disse porque era o que sentia. Minhas palavras, as vezes que usei a palavra amor... era simplesmente por expressar o quão bem eu me sentia perto de ti, do seu jeito e me tratar. Eu não queria uma corrente... Eu não queria essa cobrança de ter que ser alguém melhor, como fazia... Como faço com todos lá fora! Eu te amava como pessoa, como uma salvação, e não como um desejo para um plano, um futuro. Eu só queria me sentir bem, te fazer bem, me expressar.

- Então... foi tudo mentira?

- Não! Eu não estava mentindo sobre o que eu queria. Eu só não pude perceber que me expressar do jeito que expressei também alimentava sua necessidade de querer alguém assim, tão próximo e único, no particular. E que diferenciava no que eu imaginava, pois você queria se atar.

- Então o erro foi meu?

- Não... Foi nosso. E nem mesmo fora um erro. Foram apenas ideias diferenciadas, quereres partidos da mesma necessidade, mas fins distintos. De mim, sinto muito, pois o que eu fiz foi sem querer nada em troca. E adeus é o que direi agora. Adeus!...