HIPOCONDRIA
Foi ao otorrinolaringologista. Este o examinou detalhadamente e lhe disse que ele não tinha nada. Insistiu. Disse que sempre sentia a garganta lhe arder, especialmente pela manhã. O médico o encarou com ironia e lhe recomendou que gritasse menos. E que parasse de dormir de boca aberta...
Foi ao gastroenterologista. Este o mandou fazer uma bateria de exames que passaram por uma dolorosa endoscopia e terminaram numa humilhante (na opinião dele) colonoscopia. O médico lhe disse que ele não tinha nada. Insistiu. Disse que uma forte azia o atormentava permanentemente. O médico colocou-lhe a mão no ombro e lhe sugeriu que não fazia bem à saúde viver tomando remédios sem necessidade...
Foi ao cardiologista. Este lhe mandou fazer um monte de exames. Eletrocardiograma em repouso, eletrocardiograma com esforço, esforço para fazer todos os exames o mais rapidamente possível. Exame vai e exame vem, o médico lhe disse que ele não tinha nada. Insistiu. Disse que não agüentava mais a dor no peito. Desta vez, o médico, já conhecedor de sua peregrinação por todos os consultórios da cidade, mandou-o encher o saco de alguém que tivesse mais paciência. Então, ele olhou nos olhos do doutor e disse, quase às lágrimas, que, se o médico não lhe receitasse alguma coisa, sabia que iria morrer. Diante de tanta angústia, o cardiologista teve pena. Pegou o receituário e rabiscou, com letra praticamente ilegível: “Você está precisando escrever alguns versos.”
Foi ao psiquiatra. O psiquiatra ficou louco...
17/07/2007
Foi ao otorrinolaringologista. Este o examinou detalhadamente e lhe disse que ele não tinha nada. Insistiu. Disse que sempre sentia a garganta lhe arder, especialmente pela manhã. O médico o encarou com ironia e lhe recomendou que gritasse menos. E que parasse de dormir de boca aberta...
Foi ao gastroenterologista. Este o mandou fazer uma bateria de exames que passaram por uma dolorosa endoscopia e terminaram numa humilhante (na opinião dele) colonoscopia. O médico lhe disse que ele não tinha nada. Insistiu. Disse que uma forte azia o atormentava permanentemente. O médico colocou-lhe a mão no ombro e lhe sugeriu que não fazia bem à saúde viver tomando remédios sem necessidade...
Foi ao cardiologista. Este lhe mandou fazer um monte de exames. Eletrocardiograma em repouso, eletrocardiograma com esforço, esforço para fazer todos os exames o mais rapidamente possível. Exame vai e exame vem, o médico lhe disse que ele não tinha nada. Insistiu. Disse que não agüentava mais a dor no peito. Desta vez, o médico, já conhecedor de sua peregrinação por todos os consultórios da cidade, mandou-o encher o saco de alguém que tivesse mais paciência. Então, ele olhou nos olhos do doutor e disse, quase às lágrimas, que, se o médico não lhe receitasse alguma coisa, sabia que iria morrer. Diante de tanta angústia, o cardiologista teve pena. Pegou o receituário e rabiscou, com letra praticamente ilegível: “Você está precisando escrever alguns versos.”
Foi ao psiquiatra. O psiquiatra ficou louco...
17/07/2007