Despudor
Um casal transara na escadaria de um prédio comercial. Nada especial. Uma gozada rápida nos degraus sujos frequentados por advogados podres e prostitutas velhas. Mas a excitação de roçar o pênis naquele tecido da calcinha, fizera pensar a respeito daquele atrativo, chamado de peça íntima feminina. Quem fora o inventor daquilo? Claro que poderia pesquisar na internet ou algo do tipo. Mas pra que perder tempo, quando a imaginação pode vagar, já que ser vagabunda é sua função primordial.
Sabe-se que o homem, com aquela associação direta em relação aos outros animais, deve ter começado com uma vasta pelagem. Depois, perdendo os pelos, apelara para peles de outros animais e outras formas de cobertura. Nu por baixo. Ainda hoje se explora o nu. Mas ver a pessoa pelada, é como se transformasse ela em bebê novamente, devido a fragilidade desse estado frente a fetichização do corpo. O mistério que a roupa provoca, depois de anos de erotização, fez com que as pessoas buscassem o santo graal. Deve ser por isso que muitos desejam foder freiras e padres. Aquele coisa de desvendar o que há por baixo do hábito. E pasmem, encontraremos genitálias. Padre tem piru e freira buceta. Não duvidem disso. Jesus eu não colocaria a mão no fogo, tendo em vista que nem sabem creditar veracidade na real existência do mesmo. Mas vamos dizer que tivesse existido. Sendo homem, consequentemente teria piroca. Ainda que fosse uma piroca divina.
Mas atropelando as épocas. Deve em um dado momento, alguém ter sugerido as roupas. Posteriormente acharam que não bastando cobrir o corpo, precisaríamos de uma mini-roupa para as genitálias. Na verdade roupa íntima é pra cobrir ainda mais as “partes”. A pessoa sai de sunga, biquíni e tem ali em destaque aquela “parte”. Mas cueca não tem nada de sensual. Ainda fica marcando o pau do sujeito, mostrando pra que lado fica, o tamanho e tudo que tem direito. Fora que esprema as bolas do camarada.
Calcinha é outro departamento. Até o tecido é macio. Você quando está nela já perdeu as estribeiras há muito tempo. E calcinha boa é a pequena. Não adianta vir com calçola e daquelas tias que usam no estilo coador de café. Isso não é excitante. Ela é o divisor entre você e aquilo que as mulheres tem entre as pernas e faz a felicidade na hora H. Ou seria outra letra que definiria melhor? Hora G, quem sabe. A única barreira depois da calcinha são os pelos pubianos. Pra quem tem pelos pubianos. O fetiche é tanto que tem sujeito que veste a calcinha da esposa. Respeito as taras dos outros. Mas acho meio ridículo um sujeito com o cu peludo usando calcinha. Não fica muito bonito de se ver.
Inventaram tantas peças íntimas, adereços eróticos. Mas a calcinha continua suprema. Veja que as próprias mulheres queimaram os sutiãs, mas mantiveram as calcinhas intactas. Tamanho poder que esse utensílio exerce. Desvendar a calcinha de uma mulher é estar naquele lugar íntimo. Pode encontrar alguma marca menstrual, quem sabe um corrimento. Não importa nada disso. Sensualiza. Quando menor, melhor. Se a mulher tem um rabo imenso e a calcinha some dentro dele. Que assim seja. Resgataremos o pequeno tecido e vislumbraremos essa maravilha.
Os homens jamais conhecerão essa perfeição. Isso é resultado de sua anatomia que explode para fora, procurando se fazer notar a qualquer custo. Isso é tão agressivo que não permitem nem mesmo que o sujeito mije sentado. Tem que exibir a rola. Tem banheiro masculino apenas com mictório, como se não existisse necessidade de cagar. Gostaria que alguém cagasse em um mictório para ferrar esses donos de casa noturna. Fora aquelas privadas que a tampa cai e quase decepa o pinto do sujeito. Pra mim isso é engenhoca de mulher. Cada um com seus problemas. Pelo menos se for apenas mijar, não precisa enfrentar aquelas filas dos banheiros femininos. Tudo não passa de ponto de vista. E como o ponto de vista pode alterar na hora do aperto. A gente caga, limpa com os dedos e ainda escreve um poema nas paredes, como nos tempos da escola. Admirável mundo nojo.