A vida não nos permite colher somente rosas
Deparei-me agora, com a tarde que cai e a noite que vem aos poucos chegando... Num céu nublado, sem cores, sem estrelas e sem lua. Juntamente com tudo isso, um frio suave que gela um pouco o meu corpo e faz minha alma também gelada. Geralmente, este estado físico e de espírito de vez enquanto chega a mim de maneira inesperada.... Tipo quando você está no mais pleno auge dos seus sentidos, na mais plena de suas realizações e de repente o inesperado acontece. A sensação é de um mergulho em águas frias que não te regenera, mas que te deixa chocada e meio sem direção.
O pensamento voa quilômetros, atropela-se em meio a múltiplos aforismos que visitam sua mente de maneira quase que irreversível. Por mais que você tente mudar a rota, parece que uma corda está lá... Esticada, no meio do caminho te fazendo tropeçar quando a tentativa é de encontrar a certeza de tudo e a alegria de saber voltar a enxergar a vida de um ângulo menos perplexo. Ou talvez, querendo acreditar que tudo isso é um processo natural da vida e que aos poucos vai passar, porque este instante passa e não voltará da mesma forma. E que amanhã amanhecendo com sol ou com chuva, provavelmente, novos acontecimentos surgirão e eu estarei vendo a vida de maneira mais alegre e esperançosa.
Acredito que somente esta certeza de que tudo se transforma a cada instante é que me fortalece e me ergue para continuar a viver. Pois, a confiança de que Deus habita em mim, que Ele me guia e me faz suportar estes momentos de tempestades, ou seja, do conflito que momentaneamente me abala, me faz sacudir as sandálias, suspirar fundo e entender que a vida requer cuidados, amores, amizades também, porque flores e espinhos são belezas que nascem no mesmo galho, da mesma planta.
A vida não nos permite colher somente a rosa,
porque se eu quero levar somente a belezae a alegria, terei de saber que com elas irão os inúmeros espinhos. Mas que estes certamente farão valer o incômodo.