BOA VIAJEM?

http://www.recantodasletras.com.br/contoscotidianos/4265989

Continuação...

Nas margens daquela estrada deserta estava ela desesperada, não sabia mesmo o que fazer com aquele grande problema; carro novo modelo atualíssimo, mas no momento este carro estava estacionado forçosamente devido uma pane no motor.

Dona Sheila estava á caminho rumo à zona rural lugar um pouco distante do centro urbano. Apos algum tempo de espera, veja lá no ponto mais alto da paisagem, parece que aproximava um socorro, um veículo para cargas de tamanho pequeno aproximava. Parecia agora uma tábua de salvação. Seu Toninho o mercador transitava por ali naquele momento, caminho que ele fazia de rotina, chegando bem próximo, dona Sheila gesticulou com as mãos enquanto que seu Toninho acionou os comandos de seu possante veículo usando os freios, abriu a porta e foi logo chegando para perto do veículo de dona Sheila e com um gesto cordial a indagou se precisaria de alguma ajuda.

-Bom dia minha senhora, vejo que estás com um grande problema ai, caso não lhe for incômodo a minha presença gostaria de oferecer meus préstimos.

- O senhor nem imagina como sua passagem por esta estrada me aliviou, estava eu imaginando mil coisas ruins acontecendo comigo, só me vinha pensamento de tragédia.

-Não é pra menos, uma pessoa com toda a fineza como a senhora com um carro parado em beira desta estrada, não é um fato muito normal, agora me diz o que está acontecendo.

- Parece que travou o motor, desculpe a forma de eu lhe falar é que eu não entendo de nada de mecânica, só sei que ele parou de vez, o senhor poderia dar uma verificada, ou também não entende de mecânica?

- Pode ficar tranquila, sou um profissional experiente e atualizado, dentro de poucos minutos direi a senhora o que está acontecendo com seu veículo, apesar de não estar aqui com as ferramentas de serviço, mas dá para dar um parecer, aguarde um instante, vou olhar o motor.

- Pois bem, faça-me isto, certeza o Senhor será bem pago, não se preocupe senhor...

- Não farei nada em troco de pagamento, não vou tirar proveito de uma situação como está, eu compreendo a dificuldade que a senhora está passando agora, por favor abra o compartimento do motor vou dar uma observada.

- Pronto tudo ok.

- Favor acione a partida.

Senhor Toninho nem precisou muito verificação e já lhe foi logo informando a respeito da pane neste motor.

- Lamento informar, não há outras possibilidades de resolver este problema por aqui. A proposito a senhora paga algum seguro deste veículo?

- Sim todos os veículos de minha empresa são assegurados, inclusive este. Por que... É grave a situação?

- Este seu carro só sairá daqui a um reboque, não há mínimas possibilidades de estes seus pneus rodarem, este motor está totalmente travado.

- Isso é muito desastroso para quem acabou de fazer-lhe a última revisão cedida pela fábrica, agora terei que passar por esta situação, isso é um grande transtorno, algo que eu deveria responsabilizar esta montadora, estão me causando estes imprevistos.

Mais que depressa Sheila se apropriou de seu telefone móvel e logo foi acionando sua asseguradora e logo dentro de algum tempo estará ela livre deste problema.

- Poderia eu saber qual era seu destino antes deste acontecimento?

- Já estava eu chegando, logo ali a uns trezentos metros, só abrir uma cancela e dirigir alguns mais alguns cinco quilômetro e já estaria eu chegando.

- Caso não for muito incomodo posso lhe levar até onde seria seu destino, minha condução não tem todos estes confortos que seu carrão tem, mas estou lhe oferecendo de bom coração, se caso aceitar vamos embora.

- Agradeço e aceito, vamos nessa, é logo bem ali.

- Espere um minutinho, vou me limpar com estas estopas, sujei minhas mãos.

- Tá.

Seu Toninho entrou em seu pequeno caminhão se acomodou enquanto a senhora Sheila sentou-se e logo deram partida para completar esta caminhada.

- Sabe seu Toninho, eu nasci aqui nestas fazendas, estou indo em direção da casa de meu pai e minha mãe, eles moram ainda por aqui, sai daqui quando pequena, nunca fui muito de vida no campo, fui para cidade grande e me casei com um senhor grande empresário, infelizmente não vivemos muito tempo juntos nosso matrimonio não amadureceu, ouve uma fatalidade no curso desta história.

- Nos dias atuais isso já tornou muito corriqueiro, muito casamentos são desfeitos, tem casais que não vive nem mesmo uma semana e já estão separados.

- Neste meu caso é diferente, esta separação minha é por morte; sou viúva.

- Então a senhora me desculpe, fui-lhe muito cruel.

- Não se preocupe com desculpas senhor Toninho, o senhor não disse nenhum exagero, é pura verdade, estes casamentos atuais estão muito banalizado, é um tal de: Caso, se não der certo, separo logo em seguida, é assim. Sou uma mulher muito segura de mim, acho que não me casarei tão logo ou talvez nunca, sou muito eu.

- Ah! É aqui? Já passei por aqui um dia, estava com esse mesmo problema seu, mascateando por estas regiões e fiquei na estrada, bem que eu imaginava que este lugar não me era estranho, lembro que bem ali perto daquela porteira existe uma choupana, uma senhora idosa me atendeu enquanto eu estava me desfalecendo de sede, lembro-me perfeitamente.

- Sei de quem senhor está falando, este povo mora ai à muito tempo, eles tem um parentesco com minha família, uma espécie assim como irmão de um cunhado de meu avô já falecidos, meus pais deram esta casinha para que eles morassem e ficassem assim como vigias da entrada da fazenda, é um casal assim um pouco diferente ela é uma pessoa idosa, assim aparentando uns sessenta anos e seu esposo ainda em uma idade muito produtiva... Digamos ai uns quarenta e oito anos assim eles vivem e trabalham na propriedade de meus pais que os tem e lhes dão este auxilio.

- Naquela vez que passei por aqui não era esta casinha, existia uma tapera bem humilde.

- Meus pais construíram esta casa mais confortáveis a eles.

- Não vamos para um pouco para pedir-lhe água? Parece que estou um pouco com sede.

Seu Toninho estacionou sua condução debaixo de uma grande mangueira a qual fazia parte do quintal da pessoinha que eles mencionavam, quando ele a avistou já obteve a certeza, foi mesma senhorinha que naquele dia lhe ofereceu água naquele caneco furado. Seu Toninho recordou como se fosse hoje.

- Eu também estou com sede, acho que vou me refrescar.

- Não sei se beberei desta água não sou acostumado a beber água em qualquer lugar que me ofereça, sou meio receoso.

Não se preocupe seu Toninho, eu tenho uma variedade de copos descartáveis, assim o senhor poderá tomar sua água, é só tirar da bomba, vamos lá.

- Ai... Acho que vou aceitar.

Os dois desceram do carro e foram em direção do poço artesiano, estava tudo higienizado, tomaram e se refrescaram e logo estavam pronto para ir em frente. A velha da língua solta aproximou e foi logo cumprimentando, como esta senhorinha era uma pessoa insistente, para não cortar a conversa da velhinha e não frustrar Sheila fez um pergunta a ela:

-Boa tarde.

A velha língua de trapo já foi logo encobrindo a fala da de dona Sheila:

-Boa tarde.

-Vocês estão procurando pelo meu esposo?... Ele saiu nesta manhã com a carroça, foi buscar algumas madeiras para consertar a cerca, acho que ele não vai demorar.

- Não precisa se preocupar, já estamos indo embora, na volta á gente conversa mais. Até logo.

- Até logo... Esse povo da cidade é tão estranho, Esse senhor com esta mulher sozinha por estes matos, sei não em... ai tem coisa... Pouca vergonha... Ochente agora me veio na memoria Já vi este caboclo em algum lugar, deixe me lembrar... Ah sim este cabra já passou por aqui para pedir água uma certa vez, lembro muito bem... Quando eu morava ainda naquela casinha pequenina... É aquele cacheiro viajante... Mascate mesmo como se diz... Sei não, são tantos que passam por aqui para beber água... Pode ser.

Enquanto isso senhor Toninho levou Sheila até a casa de seus pais ali a uns três quilômetros a diante, aproveitou e contrataram alguns fretes, algumas pequenas cargas que levaria para cidade, Dona Sheila agradeceu a carona, mas senhor Toninho de mostrando gentileza ainda disse a aquela senhora:

- Se a senhora não se importar estou seguindo viaje por estas estradas, estarei de volta daqui uns três dias, levarei a senhora até a cidade.

- Não! Senhor Toninho... Eu voltarei com meu carro, a seguradora comprometeu de trazê-lo aqui para que eu voltasse para a cidade com o mesmo já consertado, obrigado pela gentileza, estou agradecida por tudo que fez por mim, siga bem, uma boa viajem pro senhor...

Antônio Herrero Portilho/22/11/2014

http://www.recantodasletras.com.br

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 23/11/2014
Reeditado em 29/12/2014
Código do texto: T5045295
Classificação de conteúdo: seguro