Ela é bem louca, e dá samba
“...Se eles julgam que a um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno, a procura de luz”.
(Esses moços/ Lupicínio Rodrigues)
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Quero te dar cultura, você só quer loucura, pinga pro santo, cigarro no canto da boca. Você é bem louca. Quero te levar para o show do Arrigo, te dar abrigo, dengo, carinho, conforto. Você vai pro samba de esquina, boteco de fim de rua.
Penso em teatro, literatura, você caçoa, diz que não é uma boa, que o bom é curtir um papo na madrugada, ficar ao relento. Risco, vento na pele, bar de viela, luz tosca, lua minguante no céu. E eu fico naquela, mas te acompanho.
E vamos os dois, depois, sambar na Mocidade Alegre, comer feijoada na noite, beber umas e outras no Bixiga, trançar por aí sem rumo. Mas, por fim, ter-te junto empata. Você sabe como me derreter, recolher. Dar-me guarida e abrigo. Você é motivo, inspiração, poema. E se marcar, ainda te faço um samba.