"Hiiiiiiiiiii, OLHA A COBRA AÍ, Ó 1"
Bem toda a pescaria que se preze, sabemos que, sem exceção, possuem algumas características naturais, embora insólitas algumas vezes. O Jarno, nosso figurão de sempre, nunca fugiu dessas regras, fato que o fazia vítima dos companheiros de pescaria. Bastava um convite, pronto, lá estava ele devidamente preparado, com saco de dormir, traveseiro, pijaminha xadrez, remedinhos, bolachinhos etc... o cara era precavido mesmo. Que eu me lembre o nosso protagonista foi vítima de brincadeiras uma dezena de vezes, mas três delas foram marcantes, vamos lá:
a primeira:
O local das pescarias era geralmente na região de General Câmara (RS), Santo Amaro e adjacências, numa destas pescarias a turma lá pelas tantas da noite, colocou um mussum (peixe esguio, longo feito cobra e da côr negra) mal matado no fundo do saco de dormir do nosso amigo, lá ficou o dito cujo semi morto, em estado latente, gelado que só ele. Jarno, após a janta e mais alguma cachaça e prosa, preparou-se para ir dormir, escovou os dentes, colocou o pijama, tudo comos se estivesse em casa. Foi em direção à barraca. Os colegas de pescaria seguiram-no para acompanhar o desfecho. Nosso camarada entrou no saco de dormir, de ré. No que o mussum, peixe que tem o corpo geladíssimo, ao sentir o calor dos pés do Jarno, deu um reviravolta em si mesmo e entrou pela perna do pijama xadrez. O Jarno apavorou-se, logo imaginou que fosse uma cobra venenosa. Ato contínuo a toda aquela encenação, arrepiou os cabelos e levitou juntamente com o saco de dormir, simplesmente levitou durante dois longos minutos. Uma cena hilária que somente quem estava presente consegue descrever, de dar inveja a qualquer mágico circense. Enquanto isso a turma do "deixa disso" chegou para lhe prestar socorro, mas riam todos desbragadamente. Só Jarno ainda não sabe bem até hoje, o que aconteceu naquela pescaria.