TERESA: A VIDA NOS ENGOLE
Teresa nunca experimentara dor tão pungente...Seus olhos não acreditavam na cena crua e dilaceradora, horas antes, tinha tudo, ou seja, quase tudo, pois sua casa era um barraco no alto do morro da alma, mas tinha fogão velho, geladeira com poucos alimentos, umas almofadas que serviam de sofá, um espelho pequeno, uma tv de 29 polegadas com gato net - onde assistiam a novela do horário nobre e até um computador com acesso a internet- que funcionava por vontade própria.
Sua família de seis pessoas se amontoava numa moradia de 45 metros quadrados, eram pobres, porém honestos, mais ou menos felizes, acreditavam no dia de amanhã mesmo que o dia posterior não tivesse muito a oferecer...
Sua família de seis pessoas se amontoava numa moradia de 45 metros quadrados, eram pobres, porém honestos, mais ou menos felizes, acreditavam no dia de amanhã mesmo que o dia posterior não tivesse muito a oferecer...
Seus entes eram Joaquim - seu pai - catador de latinhas e alcóolatra, Alzira - a mãe - mulher trabalhadora, vendedora de bolo e cafezinho cujo ponto era próximo da estação de trem, Judite - a avó- diabética, aposentada e torcedora roxa do Vasco da Gama,sem renda, Gilberto - estudante do 1º ano do Ensino Médio , e Bartolomeu - bebê de 1 ano e 2 meses, que foi achado na calçada da estação de trem onde D. Alzira trabalhava de segunda à sexta, de 5:30 às 20:30.
O dia em que a tragédia se anunciara tinha amanhecido nublado e Teresa seguia o seu trajeto cotidiano normal: levantar às 6h, tomar o trem para o centro da cidade, chegar às 7h no Supermercado Tigrão- seu local de trabalho, sair às 17h e seguir para escola para assistir aulas e conseguir terminar o Ensino Médio - já que tinha 20 anos e contribuia para os altos índices de defasagem idade-série.
Ao chegar na escola mesmo debaixo de chuva,Teresa sentiu a falta de dois colegas de sala - vizinhos do morro da alma,e notou também que a turma estava um pouco vazia... imaginou ter algo errado por razão da aguaceira toda, contudo sua imaginação não maquinara o que estava por saber...
Miriam uma colega tirou da bolsa um celulóide com tv e viu no Jornal da noite que a chuva tinha causado problemas em vários locais do Estado do Rio de Janeiro, e um desses locais era o morro da alma...
Miriam sem saber que Teresa era moradora do local , exclamou:
- Genteeee despencaram 5 barracos no favelão da alma, acho que alguns moradores do local, entregaram a sua alma, Deus os tenha....
Todos os colegas que estavam presentes apavoraram-se com a notícia, uns foram embora por medo da chuva, outros rezaram pelos desalojados, mortos e feridos vítimas do descaso econômico e secular.
Desesperada Teresa saiu da escola foi para o morro saber sobre os seus, e deu de cara com seu tio Joildo com o rosto repleto de lágrimas e com o olhar de pavor, que a impediu de procurar pela família.
A menina nervosa e ciente da tragédia viu o seu mundo familiar de esperanças, alegrias mornas, e batalhas diárias desmoronar...
A única coisa que conseguiu repetir desde aquele fatídico dia é:
- A vida nos engole !! A vida nos engole...
A partir daí o destino de Teresa de Jesus " de uma queda foi ao chão", pois a mulher nunca se recuperou das perdas terminando seus dias no manicômio geral, e recebendo visitas apenas de voluntários que tentavam levar um pouco de amor e esperança àquele antro de loucura, frieza, distância e escuridão.
Ao chegar na escola mesmo debaixo de chuva,Teresa sentiu a falta de dois colegas de sala - vizinhos do morro da alma,e notou também que a turma estava um pouco vazia... imaginou ter algo errado por razão da aguaceira toda, contudo sua imaginação não maquinara o que estava por saber...
Miriam uma colega tirou da bolsa um celulóide com tv e viu no Jornal da noite que a chuva tinha causado problemas em vários locais do Estado do Rio de Janeiro, e um desses locais era o morro da alma...
Miriam sem saber que Teresa era moradora do local , exclamou:
- Genteeee despencaram 5 barracos no favelão da alma, acho que alguns moradores do local, entregaram a sua alma, Deus os tenha....
Todos os colegas que estavam presentes apavoraram-se com a notícia, uns foram embora por medo da chuva, outros rezaram pelos desalojados, mortos e feridos vítimas do descaso econômico e secular.
Desesperada Teresa saiu da escola foi para o morro saber sobre os seus, e deu de cara com seu tio Joildo com o rosto repleto de lágrimas e com o olhar de pavor, que a impediu de procurar pela família.
A menina nervosa e ciente da tragédia viu o seu mundo familiar de esperanças, alegrias mornas, e batalhas diárias desmoronar...
A única coisa que conseguiu repetir desde aquele fatídico dia é:
- A vida nos engole !! A vida nos engole...
A partir daí o destino de Teresa de Jesus " de uma queda foi ao chão", pois a mulher nunca se recuperou das perdas terminando seus dias no manicômio geral, e recebendo visitas apenas de voluntários que tentavam levar um pouco de amor e esperança àquele antro de loucura, frieza, distância e escuridão.