Depósitos de Emoções
A SAGA DE ARMANDO E CAMILA -
Ferros Velhos, Depósitos de Emoções
A SAGA DE ARMANDO E CAMILA
O texto a seguir faz parte da história de um casamento onde a insatisfação se instalou de tal forma que o próprio relato traz, para quem o lê, o entendimento de que pessoas cujos ideais não se coadunam jamais deveriam se casar.
Os personagens Armando e sua esposa Camila são pessoas reais com nomes fictícios.
Armando passa todo o seu tempo tentando encontrar sua linda e amada esposa. Quando entra em contato com a mulher com quem se casou não consegue encontrar nela a esposa que tanto amou e desejou.
Casou-se com ela, mas passado algum tempo perderam-se um do outro. Não bastasse as dificuldades de comunicação, muitas outras dificuldades entraram nesse jogo distanciando-os entre si e empurrando cada um deles de volta para a sua própria dimensão territorial particular.
(Leia meu artigo titulado "CATARSE")
Dois mundos, duas cabeças, conclusões diametralmente opostas entre si nos poucos diálogos entabulados. Ao longo de sua história sempre foi natural que um deles fizesse uma gentileza, entretanto não era incomum que outro entendesse a gentileza como uma ironia ou piada de mau-gosto.
Enfim, duas ótimas pessoas, vivendo debaixo de um mesmo teto, dormindo em uma mesma cama, mas mais distantes um do outro do que duas pessoas vivendo em lados opostos do planeta.
Ferros Velhos, Depósitos de Emoções
DEPOIMENTOS DE UM MARIDO INCONFORMADO
-Barreiras se formaram, a comunicação ficou bloqueada. Hoje mal nos falamos e são poucas as vezes que chegamos a conversar. Quando isso acontece são assuntos triviais, de pouca ou nenhuma contribuição para solução das dificuldades no relacionamento que enfrentamos como casal. -Diz Armando.
Qualquer tentativa de alimentar um diálogo que, eventualmente, venha a ser entabulado fatalmente se degenera para confrontos desagradáveis. O assunto que Camila gosta de conversar não atrai Armando, da mesma forma, o retorno que dá ao diálogo, na maioria das vezes não agrada a Camila, pelo contrário ofende-a, enfim aquilo que deveriam ser momentos para desenvolver um velho e bom diálogo de entendimento entre os dois, pelo contrário, se transforma em oportunidade para lançar acusações de desapreço, falta de consideração e coisas semelhantes. Em razão disso, na grande maioria das vezes que se inicia algum tipo de diálogo, logo o mesmo se torna em um embate.
Diante disso Armando recolheu-se em rotundo e impenetrável silêncio, ouvindo os reclames de Camila sem emitir opinião. Enquanto as coisas caminham nesse ritmo, as discussões e os confrontos entre o casal não prosperam, mas não prosperam também outras coisas essenciais à consolidação da vida a dois.
Em seu depoimento Armando revela que incontáveis foram as vezes em que se recolheu ao quarto de dormir bem depois de Camila, e outras tantas se levantou antes de Camila acordar, num esforço para evitar levar monocórdicas discussões para o leito entretanto, por outras tantas, ainda que quisesse, não pode evitar que isso viesse a acontecer. Ao se por de pé, após fazer o café da manhã e completar alguns afazeres domésticos, sempre se dirigia à sala para alguma leitura, mas já com o coração em suspense por imaginar que, ao se levantar, Camila, semblante carregado, apareceria no ambiente a qualquer momento com algum assunto mal resolvido ou com alguma recriminação. Esses momentos eram sempre tensos, pois sabia que ia ouvir coisas que não eram exatamente o que desejaria ouvir para começar o dia. Nem sempre isso acontecia de fato, mas os constrangimentos contabilizados nas inúmeras vezes em que isso aconteceu, criou a impressão de que ia acontecer de novo, e de novo, e...
Como resultado desse conjunto de expectativas ruins que nem sempre se consumavam instalou-se uma relação tensa, desgastada e totalmente estéril e esse tem sido o ambiente que se consolidou e vem se arrastando por anos e anos no cotidiano daquele casal.
Não era exatamente isso que Armando e Camila planejaram para suas vidas quando se casaram.
O desencanto com a relação veio a ser o motivo principal que tem levado esse atribulado homem a uma profunda reflexão sobre os acontecimentos que vem experimentando ao longo do período de sua convivência com Camila. Em suas reflexões chegou à conclusão de que manter a relação com Camila é simplesmente estender indefinidamente o mal estar.
O recuo de Armando para uma posição de indiferença diante de expressões faciais de aborrecimento, exigências e das costumeiras frases reivindicatórias, normalmente acompanhadas de palavras de agressividade, fez com que a relação se encaminhasse gradativamente para uma zona de desconfortável silêncio, porém qualquer outra decisão que não fosse o afastamento físico entre os dois, não traria mudança significativa naquilo que sempre foi a base da relação. Compromisso.
Inicialmente Camila esboçava alguma reação de desagrado com a atitude do marido, mas com o passar do tempo aquele silêncio veio a ser algo ofensivo, mas eficiente para fazer calar a insistente Camila. Com o passar do tempo as sessões de enfrentamento foram diminuindo criando uma maneira sui generis de comunicação: Olhares, monossílabos e... o silêncio, insuportável silêncio. Paralelamente Armando a cada dia se introvertia e se sentia menos disposto a continuar em sua luta pela conquista de Camila chegando ao ponto de demonstrar total desinteresse pela parceira.
Instala-se então, no coração daquele marido atribulado, uma densa solidão e uma íntima vontade de encontrar uma alternativa para minimizar o desconforto que sentia. A ideia de uma separação tomava consistência em sua mente e, num crescendo, terminou por entender que uma separação entre os dois seria muito benéfica para ambos.
Jamais e em nenhum momento desejou o desaparecimento da esposa por morte como uma maneira de se livrar do desconforto, mas começou por matá-la em seus sentimentos como uma forma de sublimação dos efeitos terrivelmente angustiantes provocados pelos enfrentamentos entre os dois. A incômoda e desconfortável apatia em que a relação se assentou aponta para um futuro previsível. Ao pensar sobre a possibilidade de afastar-se da relação é sempre tomado de grande temor de magoar pessoas que os amam, os quais nem sequer concebem a ideia ou a possibilidade de vê-los separados, antes sempre torceram para que as coisas se encaminhassem para uma solução convencional, ou seja, de entendimento.
Entretanto informações claras e objetivas, no decorrer do relacionamento com Camila, têm funcionado como se fossem placas de sinalização ao longo de uma rodovia, mostrando-lhes, a todo tempo, o rumo para onde o veículo conjugal tem estado se dirigindo. Todas as situações apontam, desde há muito tempo, para o estado de como as coisas se encontram e que, aliás, estado este que se tornou o ambiente “normal” ao longo da relação, enquanto, ao mesmo tempo, indicam o que fazer para evitar que um futuro não desejado venha a se confirmar. Armando e Camila são duas pessoas maduras no que concerne à idade de ambos, mas têm ainda um longo caminho a percorrer com uma expectativa de vida de muitos anos pela frente. O que fazer com esse tempo que lhes resta? Continuar amargando a cada dia uma aborrecimento novo?
"A VIDA É CURTA E MAIS CURTA AINDA É A PORÇÃO DE VIDA QUE ME RESTA.."
-A vida é curta e mais curta ainda é a porção de vida que nos resta, assim não queremos que este nosso precioso quinhão de vida ainda disponível seja desperdiçado com banalidades e aborrecimentos que não precisam estar, necessariamente, no nosso cardápio diário e acabe em profunda tristeza e melancolia. Quero produzir, ser útil, amar, sorrir, passear, me divertir, jogar conversa fora, fazer "criancices", andar de moto, pular de pára-quedas, nadar em rios, pescar pirarucus, pirararas e tucunarés e etc.etc.etc. Tenho saudade da vida. Não importa o quanto terei ainda dela, mas naquilo que ainda me resta, quero imprimir qualidade. Pensa Armando.
Carlos Drummond de Andrade:
• A cada dia que vivo mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
• A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...
Clarice Lispector
" Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício interior. "
"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida. Há o amor, que tem que ser vivido até a última gota, sem nenhum medo. Não mata."
Charlie Chaplin:
"O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar. "
Em suas elucubrações e devaneios Armando viaja de volta aos começos da sua relação com Camila analisando como sua vida poderia ter sido tão diferente e melhor aproveitada se não tivesse se deixado levar pelos imaturos e indefinidos conceitos sobre relacionamento conjugal que havia em sua jovem e despreparada mente.
Quando escolheu casar-se com Camila não era exatamente o melhor conceito sobre relacionamento conjugal que povoava a mente do despreparado Armando senão quimeras que geralmente habitam na mente de sonhadores de ilusões, de heróis de brincadeira, saídos dos livros de estórias onde, nas suas contínuas visitas à Biblioteca do SESC, ainda púbere, lera: Don Quijote de la Mancha (Dom Quixote) e seu escudeiro paspalhão Sancho Pança; O desvairado Barão de Munchausen e suas fantásticas estórias de viagens em bolas de canhão, Jornada para a lua e outras tantas; Não tinha completado sequer treze anos de idade e já terminara a leitura das fantásticas fábulas de Monteiro Lobato e seus personagens nas estórias de “O Sítio do Pica Pau Amarelo”: O Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Emília, o porquinho Rabicó e as viagens à "Terra do Nunca", e outros; a monótona e interminável batalha entre Peter Pan e o Capitão Gancho e outros tantos livros que relatam contos épicos de personagens simpáticos que fizeram parte de nossa infância, porém irreais e fantasiosos, heróis fictícios de batalhas virtuais que existiram somente na mente dos seus criadores.
-Eis aqui mais um destes personagens épicos que pode ser listado como um destes míticos heróis que compõem esta fantástica e exótica galeria, o qual se lançou em um relacionamento somente com o objetivo de salvar a "doce donzela" que sofria horrores no “palácio” da bruxa má.
Se o leitor reparar direito notará que está lendo exatamente uma daquelas estórias em que o personagem Armando, protagonista desta epopeia que você tem em mãos, não é diferente nem para mais nem para menos do que qualquer um desses heróis “de araque” que pululam os livros de estórias infantis para exercitar-lhes a imaginação. Nem sequer é diferente de qualquer um destes muitos personagens engraçados e tragicômicos dos livros que lera quando adolescente e que o deixaram tão afetado. Conclui Armando.
ARMANDO EXTERNA SEU DESENCANTO COM A VIDA E VÊ-SE A SI MESMO COMO UMA ABERRAÇÃO DA NATUREZA, EXPERIMENTANDO UM NÍVEL DE AUTO ESTIMA TÃO BAIXO QUE POUCO MENOS FICA DO ZERO.
Se porventura pudéssemos atribuir vida e sentimentos aos objetos que nos servem, poderíamos imaginar as peças abandonadas pelos seus donos nos ferros velhos e depósitos de sucata, passando por grande sofrimento por conta da grande ansiedade por ter que esperar impacientemente por um novo dono que as encontre. Esses personagens míticos, ao serem encontrados esperam que aquele que as vir entenda que apesar dos pequenos defeitos e avarias que porventura apresentem, ainda podem ser de alguma utilidade se tão somente receberem alguma manutenção. Porém, enquanto esperam se degradam e se destroem como conseqüência do abandono a que foram relegadas. Por demorar-se em chegar aquele que vier a resgatá-las, pode ser que, para algumas, não haja mais tempo para a sua restauração. Talvez a ação corrosiva dos elementos da natureza, encontrando-as desprotegidas a céu aberto, as depaupere até à completa destruição antes de serem levadas dali. Urge que sejam encontradas e reativadas.
Surge então uma pergunta intrigante: Os pequenos defeitos e avarias encontrados nessas peças não seriam porventura somente marcas da falta de habilidade no manejo por parte dos seus antigos donos ou por falta de manutenção e cuidados ao longo do uso?
Quem pode saber? Cada um tem sua própria história.
De certa forma os sentimentos são assim também. Precisam de cuidado especial e permanente manutenção, além de muita sensibilidade durante o uso. Muitos são os que estão apodrecendo nos “ferros velhos” emocionais daqueles que tanto amaram. Foram desprezados por míseros centavos, pelos “defeitos” que apareceram em conseqüência do mau uso e do desinteresse. Esta é a fábrica da infelicidade e a oficina do desencanto.
Esse é o retrato do casamento do agora não mais tão jovem marido de Camila. Todas as tentativas de encontrar solução para escapar do pântano da desilusão conjugal terminaram em fracasso, intensificando o sofrimento e só fizeram por aumentar a ansiedade por uma libertação. Uma constante viagem emocional em busca por solucionar seus intermináveis problemas conjugais, por uma maneira de viver menos indigna.
FERROS VELHOS, DEPÓSITOS DE EMOÇÕES..
Com o passar dos anos o rapaz se introverteu e passou a desenvolver hábitos nada incomuns a considerar o grande número de pessoas que encontrou, em suas andanças, com os mesmos e discutíveis gostos pelos quais se sentia invadido. Tudo que estava desprezado chamava sua atenção: veículos abandonados, casas velhas e desabitadas, terrenos baldios, etc. Com o passar do tempo sua atenção se voltou aos ferros velhos e tudo o que via nesses depósitos de materiais rejeitados e captados em locais separados especificamente para isso. Ali, algumas peças do material captado são separadas para revenda a pessoas como Armando e outras são amontoadas com o fim de serem revendidos para reciclagem. Este foi o ambiente que passou a ser o pólo da atenção de Armando. Depósitos de máquinas velhas, ferramentas rejeitadas e sucata em geral passaram a ser os lugares de sua preferência. Horas se passavam sem que o mesmo percebesse o passar do tempo. Absorto em sua contemplação gastava horas observando detalhadamente cada peça nesses locais malcheirosos e desagradáveis.
Armando Continua:
-Às vezes me deparo com um estranho desejo de visitar depósitos de ferros velhos onde vejo peças que serviram por anos a pessoas que as abandonaram ali por alguns míseros centavos. Não é raro eu ficar ali por horas, olhando-as fascinado, e me sentindo como se fosse uma delas. Enlevado pela mensagem triste que transmitem, termino por adquiri-las e, ao levá-las comigo, sinto-me como se estivesse tentando resgatar a minha própria alma do cativeiro do abandono, das algemas do menosprezo. Tantas foram as vezes que isso aconteceu que lá no pátio da casa onde moro, aquelas peças velhas e, às vezes, enferrujadas e sujas, que chamaram tanto a minha atenção, estão hoje acumuladas umas sobre as outras e abandonadas novamente, como prova inequívoca do anseio por uma libertação da minha própria alma da profunda angústia a que ficou presa.
-O abandono que cada uma dessas peças sofreu ao chegar ao depósito de destino, as faz derreter e se consumir pela oxidação provocada pela exposição ao vento, sol e chuva. O mato cresce ao seu redor e as envolve fazendo-as desaparecer à vista, tal o menosprezo a que foram relegadas. Foram desprezadas porque representam os meus próprios sentimentos. Elas não são importantes intrinsecamente, são somente símbolos. Compreendi que a minha obsessão pelos ferros velhos não era senão um sentimento mal resolvido dentro do meu próprio mundo emocional. Diz Armando.
O que se passava na mente do rapaz? Sem que percebesse ele via a si mesmo em cada uma das peças que contemplava. Passado certo tempo, saindo do seu estupor, propunha a aquisição do material objeto da sua contemplação, gastando polpudas quantias em dinheiro, não pelo preço representado por cada uma delas que, na maioria das vezes, era comprada por uma quantia miserável, mas pelo grande volume de unidades que despertavam seu interesse. Armando se via a si mesmo representado por cada um dos objetos que levava consigo. Com o passar do tempo um grande número de peças, que na maioria das vezes nunca foram utilizadas após a aquisição, continuam sem utilidade amontoadas umas sobre as outras no quintal da sua casa.
O que diria um psicólogo diante de um quadro como esse? Eu creio que daria um diagnóstico de desvio de personalidade ou sofrimento mental obsessivo, conquanto Armando se projetava a si mesmo em cada uma daquelas peças. Quando as adquiria buscava um lenitivo para a angústia que pungia sua alma. É como se estivesse pagando um resgate pela libertação de si mesmo. Tudo isso fazia numa sôfrega tentativa por libertar-se do esvaziamento emocional a que se sentira submetido quando, amordaçado, permanecia silente e sem opção diante daquela que fora a musa dos seus sonhos de rapaz. Ele queria trazer a si mesmo de volta da prisão para a qual tinha sido arrastado.
Em seus devaneios Armando se rende e deixa-se levar ao sabor de seus pensamentos:
Há muito material entulhado e sem uso acumulado nos porões dos meus arquivos mentais, declara Armando. Quero construir uma obra de arte com este precioso patrimônio. Alguns constroem seus sonhos com material comum, mas para a construção do meu sonho será usado o meu próprio acervo pessoal a partir do qual quero construir a minha felicidade por reencontrar-me, por fazer um acordo comigo mesmo. Talvez a palavra certa não seja construção, mas reconstrução. Isso deve começar a partir da decisão de pensar em meu próprio bem estar em primeiro lugar sem considerar o que as pessoas pensarão disso. Por não pensar em primeiro lugar na minha própria felicidade cometi o grave erro de agir impulsivamente, hoje eu não tenho a necessária satisfação de estar casado para dar a devida assistência à minha mulher na sua necessidade afetiva. Não estou feliz com a nossa relação e não posso compartilhar com ela senão essa insatisfação. Afirma.
-Insatisfação não é coisa para se compartilhar, mas hoje é a única coisa que tem em abundância em meus sentimentos. Este é o produto do equívoco que cometemos ao unir duas pessoas tão opostas em seus ideais e tão incompatíveis entre si. Queria ter algo melhor para dar, mas o que tenho pra compartilhar com alguém que necessita tanto receber carinho e atenção é o que sobrou em meu coração, desencanto. Nossa relação perdeu o sentido e um estranho sentimento de que tudo acabou se instalou em lugar do desejo de lutar pela continuidade do casamento.
-Decididamente, este sentimento não é exatamente aquilo que gostaria de compartilhar com alguém que convive comigo, desencanto, insatisfação. Este sentimento floresceu em minha alma e é o que tenho para dividir com Camila.
Faço minhas as palavras de Clarice Lispector: "Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..."
Conclui.