VERDADEIRO AMOR AO PRÓXIMO

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Havia muitos afazeres naquela associação de moradores, e as pessoas que ali trabalhavam abriam mãos de seus domingos e fins de semanas, para deixar tudo organizados, prestavam seus serviços gratuitos sem nenhuma renda salarial, todos unidos no objetivo de ajudar os mais necessitados.

Dona Francisca, uma das voluntárias mais participativas, dava duro nos trabalhos da cozinha, sempre em voltas das grandes panelas, sobre o calor do fogo ao cozer aquelas simples iguarias, se encarregava dos assuntos alimentícios, dedicava com tanto amor a suas tarefas, seus trabalhos resultavam em pratos saborosos.

Quando a fumaça dos cozimentos pairava sobre os telhados daquelas moradias vizinhos, todos sentia o desejo de degustar a boa comida tão saborosa que estas mãos abençoadas fazia.

Neste sábado à tarde o barracão estava superlotado de crianças, e mulheres, juntamente com os músicos, dançarinas e as meninas, as quais conduziriam as bandeiras de seus grupos artísticos. Toda preparada e pronta para se apresentarem neste desfile, festejos comemorativos, as vésperas do feriado religioso.

Já ensaiavam colocando voz e harmonia aos versos escritos nas últimas estrofes, da letra do enredo que iria competir.

Daqui a uns setenta dias; próximo mês de fevereiro teria que apresentar como concorrentes frentes as outras associação existente na aquela cidade.

O desfile passara pela avenida sobre os aplausos de todos, com o julgamento de profissionais competente em todas as áreas de cultura e costumes do lugar, serão computadas as notas que transformará em pontos e levarão a classificar para premiação final.

Nestas festas; época de se liberar todos os desejos, botar para fora todos os bichos, revelarem as fantasias secretas.

Dar-se mais ao amor, usando todas as formas de exibicionismo, descobrir o corpo, de mostrando um pouco da nudez em cenas artísticas e dramatizadas, pelos palcos da avenida.

O calor do verão obriga se livrar de algumas roupas, ai a beleza da mulher se destaca com toda a expressividade.

A as dançarinas exibem nas avenidas toda a beleza e encantamento, a vibração da música contagia todos os movimento, e ritmos. As cores e as alegorias referem-se ao enredo, a letra da composição que fora escrito para aquele tema.

Ela trabalhava nesta comunidade, doava tudo de si em favor de seus irmãos; uma operária cheia de amor e dedicação, às vezes tirava o pouco do que possuía para ajudar uma criança ou qualquer que viera a necessitar de alguns socorros urgentes.

Já ouve ocasiões de passar noites sem dormir, cuidando de doentes ou qualquer que seja a precisão.

O fato de ser formada em enfermeira; mas no momento aposentada, aquela gente sempre lhe pedia auxílio, acompanhava pessoas doentes, fazia curativo; ajudava em medicação; acompanhava gestante em trabalho de parto, em fim estava pronta para atenderem a todos.

Esta pessoa amável não se importava em aparecer para o povo, não possuía nenhuma vaidade; não tinha a pretensão de se orgulhar daquilo que a fazia, e não pedia nada em troca.

Na aquela tardinha do mês de dezembro ela deixava aquele ambiente com o sentimento de dever cumprido, ouve muitos trabalhos naquela reunião, naquele final de semana, agora buscava o caminho de volta para casa. Subia vagarosamente aqueles degraus que levaria à sua casa que ficava bem perto do barracão da comunidade, com alguns esforços, conseguia galgar terreno íngreme, cheio de obstáculos.

Usava este trajeto quase todos os dias.

Seus aposentos se localizavam em um lugar mais alto do morro, sua casinha fora construída com segurança, estava fora das áreas perigosa de deslizamento em tempo de grandes chuvas.

Havia muitos barracos em péssimas condições de moradias, quase escapando pelos abismos do morro, seu desejo era de ajudar a todos estes que moravam em situação de risco, mas estava ciente que estaria muito longe de suas possibilidades, não podia fazer nada para aquelas famílias sofridas, teria que deixar para a boa vontade do Governo deste estado, deste país.

Todas as manhãs sua amiga e companheira, que moravam ao mesmo barraco, apenas separadas por uma parede: dona Ninha, passava pelos cômodos para lhe chamar e se juntarem irem para irem ao trabalho.

Naquele começo do dia, dona Ninha ao entrar no compartimento de dona Francisca, demorou um pouco mais com a visita, ficaram algum tempo proseando e organizando as conversas.

A velha senhora voluntaria que tanto prestava ajuda aquele povo, disse a sua amiga de trabalho, e pediu segredo. Revelou a esta sua amiga dona Ninha, que naquela noite havia sonhado com um acontecimento que haverá de suceder dentro de alguns dias. Dona Ninha ficou assustada com esta novidade.

Ninha perguntou a ela o que poderia acontecer de tantas novidades, o que o futuro aguardava, quais seriam estas surpresas.

Dona Francisca tinha o costume de adivinhar acontecimentos, que viera ocorrer, dificilmente errava com suas previsões, o povo da aquela favela sabia deste seu dom de adivinhação, já estava com provado à eficiência deste dote.

Dona Ninha não conseguiu guardar o segredo por muito tempo, foi logo relatando a novidade profetizada, a traiu, disse ao esposo, que por sua vez contou aos amigos de trabalho, que disseram para suas esposas, e assim a notícia foi expandindo por toda parte daquele aglomerado subnormal.

O boato espalhou rapidamente, logo se formou um alvoroço, a conversa era comentário a todos os cantos da aquela favela.

E todos acreditavam na veracidade daquelas palavras que espalhou como rastilho de pólvora.

Nesta manhã, todos acordaram com uma nova notícia, que foi proclamada por esta senhorinha, dizia e persistia que por estes dia nasceria um menino muito importante nestas localidades, seria como um pequeno messias, e traria muitas boas novas para todos deste lugar.

As pessoas mais próximas, diziam em tom de fofocas que presenciou quando ela recebeu esta visão, dizem que foi uma mensagem do céu, anunciando que estava para nascer um menino que seria um enviado por Deus.

Uma daquelas meninas gestantes que viviam por ali seria a portadora deste presente sagrado.

Ela sabia quem seria esta mãe tão especial, mas não revelava a ninguém, temia preconceitos da parte de algumas pessoas, esta criança poderia sofrer muitas rejeições.

Aquela senhora precursora desta notícia ficou preocupada com o que podem vir pelos próximos dias, alguns não concordaria com a ideia que seria realmente o messias, se viesse a nascer em uma família de uma determinada religião.

Os Pentecostais não aceitariam já mais se o rebento surgisse em uma família que cultuasse uma religião Africana, e como seria se viesse ao ceio de praticante do catolicismo, nos dias de hoje este menino de Deus já causaria muitas divisões.

O povo daquele morro em favela aguardaria com muita expectativa o desfecho destes acontecimentos, esperando tudo acontecer.

Autor Antonio Herrero Portilho

Postado há 12th February 2012 por Antonio Herrero

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 21/05/2013
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