COM MUITA SEDE AO POTE.
COM MUITA SEDE? TOME ESTA ÁGUA DO POTE.
Um cacheiro viajante; destes que viajavam pelo interior vendendo suas mercadorias às pessoas que moravam nos sítios e fazendas, este povo que não tinham tempo de ir ao povoado fazer suas compras as quais necessitavam no dia a dia.
Estes mercadores transportavam em seu automóvel estas peças assim como roupas e outros artigos e entregavam a mercadorias nas portas destes moradores neste sertão.
Certo dia em que viajavas por uma destas estradas muito desertas seu carro pifou, deu uma pane no motor e nada pode fazer pedir socorro para um profissional mecânico estava difícil, não residia nenhum por estes lugares, o jeito foi deixar o veículo e seguir a pé procurando algum morador nestas imediações.
E por mal dos pesares ele estava com muita sede e visualizava por tudo procurando um local para beber esta bendita água, onde este carro quebrou não havia nem se quer um pequeno riacho para poder saborear este líquido tão precioso.
Em um dado momento percebeu um sinal de vida, ainda bem, viu um sinal de fumaça lá naquela ladeira, e em seguida percebeu um casebre, um ranchinho beira chão, forçou os passos até chegou nesta simples moradia... Bateu palmas, chamou... Ô de casa... Tem alguém aí ?..
Logo apareceu uma senhora muito maltrapilha e com muita falta de higiene, nem sabia que existia dentista neste mundo de meu Deus, pois sua boca estava toda esburacada, faltavam presas e molares.
- Boa tarde sinhô, o que o sinhô deseja.
No momento que ela disse isso o vento veio a favor e trouxe aquele mau odor, quando esbaforia exalava um forte cheiro de carne estragada, aquela boca soltava uma catinga desgraçada, aquela situação provocava até ânsia de vômito.
Este viajante estava completamente exausto morrendo de sede, não havia outro alternativa, teria ele que tomar da água que esta senhorinha ia lhe oferecer para que matasse a sede, na hora que a coisa aperta a pessoa se as sujeita a qualquer situação além de muita repugnância o cacheiro tomou coragem e disse pedindo por favor que arranjasse um pouco de água para que bebesse.
-Desculpe minha senhora, posso pedir um pequeno favor a senhora se for possível, sirva-me nem que seja um gole de água, pois estou a ponto de morrer de sede.
Esta simples senhora foi para dentro da casinha e logo voltou com uma caneca cheinha d’água para servir este senhor sedento que neste instante estava saltitante de secura, mas estava receoso enojado devido as condições precária que se encontrava este ambiente.
Esta pobre senhora pensando que estava demostrando alguma simpatia e gentileza ao presentear este vendedor ambulante com este líquido precioso, disse com um sorriso escancarado, com os lábios e semblante enlanguescido:
-Tome meu sinhô, tenho a alegria de te oferecer a melhor água que existe por estas bandas... Água boa mesmo!.. Fresquinha, Fresquinha tirada do meu pote de barro, Quando o sinhô toma tudo eu vou busca mais.
Estava com bastante repugnância de beber desta água, pois aquela senhora não demostrava nenhuma limpeza em seu ambiente, felizmente ele percebeu que nem tudo estava perdido, logo lhe veio uma ideia brilhante quando percebeu que o recipiente; a tal caneca estava com um vazamento pelo fundo e saia uma grande quantidade de água por aquele furo.
Vendo aquela perfuração pelo lado de baixo do vasilhame não pensou duas vezes e assim foi logo agindo.
Vou tomar esta água por aquele buraquinho do fundo desta caneca, eu não seria tão doido de colocar a boca na borda desta caneca, no lugar onde esta senhora nojenta também coloca, não suporto esta porcaria sinto muito nojo, e assim ele fez.
Evitando botar a boca no mesmo lugar que a senhorinha asquerosa colocava para beber, ele foi logo Levantando este caneco e começou a sugar a água pelo furo do fundo, mamando na parte de baixo da caneca tal qual um bezerro sedento que não sessava esta sugação.
Enquanto isto aquela senhorinha se rolava de tanto rir, gargalhava daquele feito ao qual ele praticava neste momento que matava a sede, quando ele terminou de beber a saborosa água foi logo perguntando o motivo de tanto risos e gargalhadas, e perguntou porque tanta risada, que estava havendo.
Aquela senhora foi logo lhe respondendo, quase nem conseguia pronunciar as palavras de tanta crise de riso e assim lhe disse:
-É que o sinhô tem os mesmos gostos que eu, eu também faço assim do mesmo jeito que você faz.
-Sim... Mas que a senhora está falando que eu não estou te entendendo, pode me explicar por favor.
O sinhô tá me imitando, é que eu também tomo a água deste mesmo jeito que o senhor toma, mamando por este mesmo buraquinho da caneca, quá quá quá quá quá....
- Tarde senhora...
Ela muito hospitaleira disse com muita alegria.
-Tarde sinhô, vai com Deus... Aparece.. Viu.
Antonio Herrero Portilho