MEU OUTRO
Ainda que o mundo acabe direi já vi a beleza da vida.
Em meio à morte direi que o amor, levarei pra onde não sei,
Apenas sei que ela a morte me pertence.
O "o amor é meu..." e do outro,
Nunca o tomarei mais se ele a mim se oferecer...
Este também será meu.
Assim, colherei do melhor da vida e dos outros,
Na verdade estarei colhendo apenas o que plantei.
A minha grande paixão entre a vida, a morte e o amor.
Então, vou seguindo escrevendo entre meios a escuridão,
Do eu que me amedronta e no apagar das luzes suspiro.
Outro dia de lápis e papel nas mãos enlaçada,
Agarrada aos meus sonhos, ainda...
E a ressurreição das palavras me leva,
Até a janela vou e vejo andares para lá e prá cá,
Ouço vozes e a poesia contínua se firma no papel de parede,
No desenho da praça da esperança que está diante dos meus olhos,
Dizendo-me: que os sonhos nunca se acabam apenas findam-se
No meio do nada e do tudo!