O preço da beleza.
A moça do interior veio para a cidade grande para uma festa de casamento. Nunca tinha ido a um salão de beleza. Na roça não tinha estes luxos. Sua tia havia marcado um horário para ela e disse para o dono do salão caprichar. Assim que chegou foi direto na manicure que mesmo com toda a experiência arrancou-lhe uns “bifes” daqueles.
Logo na sequência foi cortar e pintar os cabelos. De cara o cabeleireiro foi colocando aquela toquinha de fazer luzes e que puxava os cabelos com agulha de crochê. Aquele trem doía tanto, cada puxada era uma fincada e a moça se contorcia toda. Até umas lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto de tão doído que era aquilo. Ficou parecendo um espantalho com aquela touca. Logo veio a tintura e aquele cheiro era de matar. Ela era alérgica e começou a espirrar. Teve que se segurar. Depois de lavar os cabelos e tirar toda a tintura recomeçou novamente à seção tortura. Era hora de escovar os cabelos. O cabeleireiro puxava tanto o seu cabelo que ela achou que iria ficar sem o cérebro. Puxava de um lado, depois do outro, seu pescoço ficou duro e doía como nunca.
Ainda tinha a seção depilação com cera quente e quando ela viu o sofrimento estampado no rosto da moça que estava ao lado, foi logo dizendo:
- Ahhh, isto eu não faço nem amarrada!
Tudo pronto e sua tia chegou para buscá-la. Ficou lindíssima, um verdadeiro encanto.
A moça se assustou com o tamanho da conta e disse:
- Mas tia! Eu sofri como nunca nesta seção de tortura e a senhora vai pagar esta verdadeira fortuna! Eles é que tinham que me pagar pelo sofrimento que passei!
- Desculpe minha filha, este é o preço da beleza.
Então a moça de tão inconformada disse:
- Pois se for desta maneira, eu prefiro ficar feia!