Talvez - Inseticida

Talvez, apenas às vezes.

Às vezes precisamos de tempo pra tudo. Para pensar, para se acalmar, para matar uma barata no meio da noite.

Mas esse tempo nos mata às vezes. Ou será que eu estou louco?

Duvido.

Qual é a diferença entre o espaço de tempo que levamos de uma idéia a outra em um momento de ócio, para um momento necessário?

Qual é a diferença desse pensamento?

Ele teria a capacidade de nos fazer voar como poderia ser no ócio (muitas vezes nada criativo)?

Ou teria a capacidade de nos fazer colocar os pés no chão (pelo menos um pouco no meu caso)?

Tanto faz isso tudo quando se está atrás de uma barata as duas da madrugada.

Odeio insetos.

Mas não se preocupe, ela já foi embora. Não a peguei ainda – ainda.

Cuido dela amanha. De você, eu cuido agora, que é muito mais importante do que um artrópode sem graça e sujo.

Isso tudo porque você é o que eu preciso. Por isso cuido. Tomo conta. Te faço minha enquanto você me faz seu.

(e o maldito inseto deve nos observar)

E a historia de pensamentos eu resolvo depois, em outras crises existenciais minhas. Logo depois de cuidar de você, da barata, e do meu ódio por insetos.

Onde foi que eu deixei meu inseticida?

...

Minari
Enviado por Minari em 04/01/2011
Código do texto: T2707912
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