Pobre Juliana
Naquela manhã, o despertar fora trágico, melancólico.
Não somente deu-se o despertar após uma noite de um sono, inquieto, perturbado, mas também o de sua medíocre condição.
Tentou não fazer barulho, incapaz o foi.
O companheiro, logo abriu os olhos, e com seu timbre de voz alto e áspero, reclamou pelo descuido de Juliana.
Segui-se então uma discussão, o fim de semana, fora péssimo.
Viviam, em um sítio, perfeitamente esculpido em meio á um vale, lindo lugar, onde logo cedo, infinitas espécies de pássaros, desfilavam e entoavam seus cantos melodiosos, sudando a chegada de um dia á mais.
Agora, estava ela, caminhando de um lado para o outro, em sua angústia habitual, chorava, eminente era o fim.
Enquanto ia de um lado para outro, sentia-se como animal aprisionado, um sentir assim de bicho, fera enjaulada.
Flashs do que passou-se, relampeavam em seus pensamentos.
_ Aí, beleza, essa é da boa, da melhor qualidade!
_Ei, faz mais uma carreirinha, onde tá o canudo, cadê o canudo!
Esgotada estava Juliana, exaurida entre baseados e carreiras intermináveis de cocaína.
Chega, basta!
Entrou na lavanderia, deparou-se com duas garrafas vazias, meio escondidas atrás da máquina de lavar-roupa.
Pensou consigo:
_ Mas que imbecil, tento esconder garrafas de mim mesma, vazias, impossível, esconder o que tornei-me.
Pedia ao Mestre, aquele, que manipula como ninguém, os marionetes, que, encerra-se seu indigesto monólogo.
Arrastava-se Juliana, entrou, subiu as escadas, colocou o que conseguiu em uma mala e partiu.
Foi-se, outra rota a seguir, não que esperasse algo, nada esperava, apenas, deixou de ser, o que não queria.
Aqueles toscos prazeres artificiais, aquelas risadas ridículas, aqueles despropósitos vertiginosos!
Pobre Juliana, pobre Juliana!