Rotina.

Era uma manhã de segunda-feira como outra qualquer. Podiam se ver nuvens acinzentadas pela janela. O despertador toca. Ela, ainda na cama, com os olhos apertados, tateia a mesinha de cabeceira a procura do despertados. Derrotada, abre os olhos, para o alarme e olha a ora: "sete e meia, já?". Pula rápido da cama e corre para o banheiro. Despe as roupas enquanto checa a temperatura da água. Entra embaixo do chuveiro sem molhar os cabelos.

Corre para o quarto e pega no armário a primeira roupa que vê. Logo depois troca, ao perceber que a saia xadrez não combina com a suéter verde-musgo. Pega a bolsa preta que ganhou de aniversário "de quem mesmo?" pensa. Olha ao redor para ver se não falta nada. "Onde estão minhas chaves?" Procura em meio a bagunça do quarto e as encontra dentro de um tênis, esquecido embaixo da cama.

Já no levador, olha para o relógio do celular, pois havia esquecido seu chiquérrimo relógio novo de pulso. "Oito e quinze, vou chegar atrasada" pensa em voz alta. Passa rápido pelo saguão do prédio, indo em direção ao ponto de ônibus "espero que não demore" pensa enquanto olha discretamente a hora no celular.

Pensa em ler seu livro enquanto espera, mas percebe que também o esqueceu. Olha uma pequena garota que passa com a mãe. Em umas das mãozinhas frágeis, ela segura uma boneca, na outra, um grande pedaço de bolo de chocolate que pareceu um pouco exagerado para a garotinha. Enquanto olhava, lembra-se que não havia tomado seu café, tinha saido com tanta pressa.. Seu estômago começa a roncar e não há sequer uma padaria por perto. Desejava que o ônibus passasse logo.

Vinte minutos depois, o ônibus chega e, com fome, ela sobe os altos degraus em direção ao banco vaga ao lado da janela. Olha com ar triste para a rua, pensando em sua morma rotina de todas as manhãs.

(e quem não vive uma rotina maçante que atire a primeira pedra!)

Fernanda Vilardi
Enviado por Fernanda Vilardi em 25/09/2008
Código do texto: T1196052
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.